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“Julgador não deve agradar opinião pública”, diz Zanin durante sabatina na CCJ do Senado

Afirmação foi uma clara provocação a Sergio Moro, que compõe a CCJ


Durante a sabatina no Senado, Cristiano Zanin Martins, advogado indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Lula, pontuou que juízes não devem ser os “protagonistas” dos processos nem ser influenciados pela opinião pública. A sabatina acontece na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), conta com a presença do senador Sergio Moro (União-PR), anteriormente acusado por Zanin de parcialidade durante os julgamentos envolvendo Lula na Operação Lava Jato.

Zanin assegurou que, caso se torne ministro, não “mudará de lado”, mantendo-se sempre a favor das leis, dos direitos individuais e da ampla defesa. Ao responder a questionamentos do senador Jorge Kajuru (PSB-GO) e do relator Veneziano Vital do Rego (MDB-PB), o advogado afirmou: “Para mim, só existe um lado. O outro é a barbárie, o abuso de poder.”

Ressaltou que um juiz não deve ser o ator principal em um processo, mas sim uma figura que equilibra e colhe os argumentos nos autos, sempre em conformidade com a Constituição e as leis. Ele alertou os juízes para terem “cuidado” com a opinião pública e não deixarem que ela influencie seus julgamentos.

“O conteúdo dos autos e o que a Constituição e as leis ditam devem ser determinantes. O julgador não deve buscar agradar a opinião pública; muitas vezes, deve tomar decisões contrárias à maioria”, disse Zanin, em uma clara provocação a Moro.

Durante as visitas no Senado para conquistar votos, Zanin não buscou o ex-juiz da Lava Jato, Moro, membro da CCJ. Espera-se que Moro questione o advogado de maneira incisiva durante a sabatina, especialmente sobre sua relação com Lula e a Operação Lava Jato.

Em sua declaração inicial, Zanin mencionou o processo de Lula, porém rejeitou a ideia de ser apenas um advogado de luxo ou advogado pessoal do presidente.




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