Guedes: Banco do Brics transferirá US$ 3 bi a Brasil em até três meses
O Brasil receberá US$ 3 bilhões nos próximos meses do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), disse hoje (18) o ministro da Economia, Paulo Guedes. Com sede na China, o NBD é formado pelos países do Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
“O banco foi fundado em 2016. O Brasil tinha tomado apenas US$ 700 milhões [emprestados]. Nos próximos dois, três meses teremos US$ 3 bilhões de dólares para entrar em investimentos, para ajudar no [combate ao] coronavírus, para investimentos em infraestrutura”, disse o ministro em evento promovido por uma revista.
Guedes voltou a defender a manutenção do teto de gastos, mecanismo que limita o crescimento das despesas federais à inflação. Ele negou que o governo pretenda introduzir brechas que furem o limite de gastos, dizendo que a equipe econômica não pretende encontrar saídas fáceis.
“Uma saída fácil é furar o teto. Nós não faremos isso porque seria irresponsabilidade com as futuras gerações”, declarou. O ministro vinculou qualquer reforma no teto de gastos a reformas estruturais que reduzam o crescimento dos gastos públicos e o engessamento de 96% do orçamento, segundo dados da Agência Brasil.
“Enquanto o Brasil não tiver coragem de enfrentar esse problema de indexação automática de despesas, onde a classe política não controla 96% dos orçamentos, não podemos sonhar em abrir mão dessa bandeira do teto”, disse. “O teto foi colocado lá sem paredes. Colocaram o teto, mas não havia paredes, que são as reformas. E o pior, com um piso que sobe o tempo inteiro, espremendo os gastos do governo contra o teto.”
Recuperação
O ministro reafirmou que a economia brasileira está se recuperando em “V” (forte queda, seguida de forte alta) e repetiu declarações dos últimos dias de que a alta da inflação é temporária. Ele disse que, após a recuperação do mercado de trabalho nos últimos meses, o país deverá fechar 2020 com um terço da perda de empregos registrada na crise de 2015.
Guedes acrescentou que, para 2021, o governo acredita num crescimento entre 3% e 4%. Para ele, o próximo ano será “de forte recuperação cíclica”.