Lula fortalece alianças com Senado e STF visando fechar cerco contra Lira, diz O Globo
Diante da resistência enfrentada na Câmara, o Palácio do Planalto adotou uma estratégia de aproximação ao Senado e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir progresso em pautas essenciais. Esta medida veio após a decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira, de não priorizar os projetos de interesse do governo, segundo publicação do jornal O Globo.
Na semana passada, a possibilidade dos deputados rejeitarem a Medida Provisória (MP) que estrutura o governo levou aliados do presidente Lula a sugerir uma apelação à Corte. No entanto, outros argumentaram pela possibilidade de vitória política, como demonstrado pela aprovação subsequente da MP pelo Congresso. Independentemente das opiniões, há consenso quanto à necessidade de Lula encontrar caminhos alternativos para contornar Lira e as fileiras do Centrão.
Parte integral desta estratégia envolve fortalecer relações com os senadores Rodrigo Pacheco e Davi Alcolumbre, além de ministros do STF. Alcolumbre lidera a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), uma instância fundamental para questões importantes, como a indicação do advogado de Lula, Cristiano Zanin, para a Corte.
Durante a semana turbulenta passada, Lula se encontrou com Alcolumbre para discutir a crise política e possíveis estratégias para aliviar as tensões com o Congresso. Além disso, o Planalto tem buscado reforçar um caminho que começou durante a campanha eleitoral com a interação entre Lula e Pacheco.
No Supremo, o Planalto identifica uma “afinidade natural”, com base em declarações de defesa da democracia. Além disso, assessores mais próximos de Lula são orientados a manter diálogo com todos os 11 membros da Corte, com o objetivo de eliminar quaisquer barreiras.
Em um contexto jurídico, conselheiros do presidente identificam uma agenda comum entre o Planalto e o Supremo, particularmente em questões de preservação do meio ambiente, garantias fundamentais e questões de costumes.
Por fim, espera-se que o Senado aprove a escolha de Zanin para a Corte de forma célere até julho. Apesar das dificuldades na Câmara, a administração Lula se mantém otimista, contando com uma colaboração efetiva do Senado e do STF para avançar em suas pautas prioritárias.