URGENTE: Dino entrega a Lira relatório da PF em “mãos” após jantar
Lira suspeita de uma manobra política orquestrada pelo Palácio do Planalto
O Ministro da Justiça, Flávio Dino, esteve em uma reunião na residência oficial do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), após a ação da Polícia Federal contra Luciano Cavalcante, ex-assessor de Lira que trabalha atualmente na liderança do PP. Lira procurou Dino para entender melhor a ação e o motivo pelo qual seus aliados foram alvo de buscas, especialmente durante o período atual de tensões entre ele e o governo.
Com cópias das mensagens da Polícia Federal sobre a operação sigilosa, Lira suspeita de uma manobra política orquestrada pelo Palácio do Planalto. Ele agora exige investigação sobre o que acredita ser um “vazamento” ilegal de informações.
Na reunião de quinta-feira, 1º, Dino esclareceu a Lira que a investigação da PF, voltada para a apuração de desvio de fundos destinados à compra de kits escolares de robótica em Alagoas, havia começado antes mesmo da gestão Lula. Essa mesma investigação é a que envolve o ex-assessor de Lira e outros aliados. O Ministro da Justiça afirmou não ter controle sobre o calendário das operações da PF.
A operação da PF resultou na descoberta de R$ 4,4 milhões em dinheiro vivo em Maceió. Lira se defendeu, declarando: “Cada um é responsável por seu CPF.”
Lira, irritado, destacou após a aprovação da Medida Provisória (MP) de reestruturação dos ministérios na quarta-feira, 31, que o governo precisará agora se sustentar. Lira tem criticado repetidamente a falta de articulação política do Executivo e acredita que está sendo enganado pelos ministros do presidente Lula, que não estão compartilhando a execução do Orçamento.
Na prática, o presidente da Câmara vem se confrontando com o governo. Em abril, Dino vetou uma indicação de Lira para uma vaga de desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Lira desejava que o juiz João Carlos Mayer Soares assumisse o posto, mas Dino argumentou que Soares tinha vínculos próximos com o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, acusado de incitar ataques golpistas em 8 de janeiro.
Em outra esfera, o Supremo Tribunal Federal (STF) agendou para a próxima terça-feira, 6, o julgamento de um recurso de Lira contra uma acusação da Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva. O processo que pode torná-lo réu acusa Lira de receber propina de R$ 106 mil do ex-presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Francisco Colombo. O dinheiro foi confiscado de um ex-assessor de Lira, que nega ter qualquer relação com a quantia.