Gabriela Hardt, juíza que condenou Lula, assume a Lava Jato
A juíza Gabriela Hardt retomou a liderança dos processos da Lava Jato na 13ª Vara Federal do Paraná após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) afastar temporariamente o juiz Eduardo Appio, sob alegações de ameaças feitas ao filho do desembargador Marcelo Malucelli.
O conflito começou em abril, quando Malucelli interferiu no processo de revogação do mandado de prisão do advogado Rodrigo Tacla Duran, decidido por Appio, um admirador confesso do ex-presidente Lula. Appio havia suspendido o mandado de prisão e integrado Duran ao programa federal de proteção a testemunhas, após o ressurgimento de alegações de extorsão envolvendo Sergio Moro, da União Brasil, e Deltan Dallagnol, do Podemos.
Hardt já ocupou o lugar do ex-juiz Sergio Moro em casos relacionados à operação Lava Jato. Em 2019, ela condenou Lula a 12 anos e 11 meses de prisão no caso do sítio de Atibaia, decisão posteriormente anulada pelo Supremo Tribunal Federal após o julgamento que declarou Moro parcial em processos envolvendo o ex-presidente.
Recentemente, Hardt ordenou a prisão de um grupo central do PCC, acusado de planejar o sequestro do ex-juiz e atual senador. Ela também autorizou a Operação Sequaz, lançada pela Polícia Federal em março.
No entanto, Hardt pode em breve deixar a vara da Lava Jato em Curitiba. Segundo um edital aberto pelo tribunal regional para realocação de juízes substitutos, ela manifestou interesse em cargos disponíveis em outras 35 varas, localizadas em Itajaí (SC), Florianópolis e Curitiba.