Alberto Youssef, operador financeiro e figura chave na Operação Lava Jato, anunciou que irá pedir uma investigação contra o senador Sergio Moro, antigo juiz da operação, conforme divulgado pela revista Veja nesta sexta-feira (19). Youssef alega ter encontrado evidências de que a Polícia Federal usou grampos ilegais para vigiar as comunicações dos detidos em Curitiba.
Munido dessas supostas provas, Youssef pretende acionar a justiça federal de Curitiba com o objetivo de anular sua delação e as respectivas condenações. A acusação também se estende aos agentes que, alegadamente, estavam cientes da escuta ilegal e teriam colaborado com a operação.
Youssef, além de mirar em Moro, busca responsabilizar quatro delegados da Polícia Federal e membros da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
De acordo com o advogado de Youssef, Moro estava ciente da primeira sindicância que teria encoberto as ações ilegais da PF. Assim, conforme argumentado pela defesa do delator, Moro estaria ciente do que ocorria na carceragem. Em resposta a essas alegações, Moro afirmou que essas acusações são um “delírio” de Youssef.
Youssef, que desempenhou um papel importante no início da Lava Jato por meio de suas delações, passou quase três anos na prisão por crimes incluindo corrupção e lavagem de dinheiro. No entanto, graças a um acordo de delação premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal em 2014, conseguiu a liberdade.
