Magazine Luiza registra prejuízo de R$ 390 milhões no primeiro trimestre, o maior desde 2011
O Magazine Luiza divulgou seu balanço financeiro na última segunda-feira, revelando um prejuízo líquido de pouco mais de R$ 390 milhões no período de janeiro a março deste ano. Esse valor representa mais do que o dobro dos R$ 160 milhões registrados no mesmo período de 2022. É o quinto trimestre consecutivo com resultados negativos e o maior prejuízo enfrentado pela varejista desde sua abertura de capital em 2011.
De acordo com a empresa, esse resultado foi influenciado pelo impacto das despesas financeiras. O mercado já esperava uma perda decorrente das pressões geradas pelo aumento das taxas de juros no setor financeiro, porém, o prejuízo ficou acima das estimativas das equipes de análise do mercado financeiro.
Em relação às vendas totais, incluindo lojas físicas, estoque próprio online e o marketplace, o Magazine Luiza registrou um avanço de 10%, alcançando R$ 15,5 bilhões. Considerando a plataforma digital, a empresa obteve um aumento de 20% nas vendas dos lojistas parceiros e de 6% nas vendas de mercadorias próprias.
Um destaque importante é que, pela primeira vez, as vendas no marketplace ultrapassaram as vendas nas lojas físicas em termos de valor, com o marketplace atingindo R$ 4,3 bilhões e os pontos físicos registrando R$ 4,2 bilhões.
O Magazine Luiza mencionou também o impacto da volta do chamado Difal (diferencial de alíquota de ICMS nas vendas interestaduais), que resultou em um aumento das deduções sobre a receita bruta de 17% para 20%. Esse fator afetou significativamente a margem bruta de mercadorias.
Vale ressaltar que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o Difal, que exigiu a cobrança a partir deste ano, teve um impacto nos resultados financeiros da empresa. Diferentemente de outras plataformas em expansão, como o Mercado Livre, que registrou um aumento nas vendas totais de 28%, o Magazine Luiza teve um avanço de 11% no setor online e a Via, proprietária das Casas Bahia, enfrentou uma queda de 6% nas vendas.