Em depoimento, Anderson Torres nega envio de relatório sobre votação em Lula à Polícia Rodoviária Federal
O ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, negou nesta segunda-feira (8) ter encaminhado um relatório sobre a votação de Lula no primeiro turno das eleições presidenciais à Polícia Rodoviária Federal (PRF) ou à própria Polícia Federal. O documento, segundo investigações da PF, teria sido entregue a Torres pela delegada Marília Alencar, à época diretora de Inteligência do Ministério da Justiça. O inquérito aponta que o relatório teria sido usado para mapear quais cidades o então candidato Lula teve mais votos e, assim, organizar as operações da PRF no Nordeste.
Segundo uma fonte próxima a Torres, o ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques terá que explicar como o relatório chegou à instituição. Torres afirmou durante a oitiva que a viagem à Bahia, realizada seis dias antes do segundo turno das eleições, foi a convite do ex-diretor-geral da PF Márcio Nunes Oliveira para visitar as obras da superintendência da corporação. Ele garantiu que a reunião que ocorreu após a visita tratou apenas de operações de combate aos crimes eleitorais, sem especificar candidatos.
Durante o depoimento, Anderson Torres aparentava estar aéreo e se queixou de dor de cabeça. As investigações da PF fazem parte do inquérito que apura a existência de um suposto esquema para beneficiar o ex-presidente Lula nas eleições de 2018.