Ariel de Castro, ex-secretário dos Direitos da Criança e do Adolescente, afirmou que sua exoneração pode ter sido resultado de uma reunião que teve com a primeira-dama, Janja. Em entrevista ao Jornal da Sucesso 2ª Edição, da Rádio Sucesso News, ele explicou que a relação com o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, era difícil e que o encontro com Janja pode ter provocado ciúmes em Silvio.
De acordo com Castro, foi o gabinete de Janja que solicitou diretamente, junto ao seu gabinete, uma reunião dentro da Secretaria dos Direitos da Criança e do Adolescente, subordinada ao Ministério dos Direitos Humanos. Para evitar qualquer mal-estar relacionado a eventual quebra de hierarquia, Ariel avisou ao chefe imediato, Silvio Almeida, que compareceu ao encontro. Durante a reunião, Ariel revelou que era nítido o desconforto do ministro.
Castro relatou que Silvio sempre se incomodou pelo fato da imprensa o procurar para comentar sobre assuntos relacionados aos direitos das crianças e dos adolescentes. Para diminuir a visibilidade de Castro, Almeida chegou a desautorizar entrevistas, assim como o deixou de fora de importantes formulações de políticas públicas.
A exoneração, publicada na última quinta-feira (4) no Diário Oficial da União, surpreendeu o advogado, principalmente por ter ocorrido em pleno Maio Amarelo, mês de conscientização contra o abuso e exploração sexual infantil. Na versão oficial do Ministério dos Direitos Humanos, a exoneração decorreu do “necessário ajuste administrativo com base nos objetivos e estratégias” da pasta. O cargo na Secretaria dos Direitos da Criança e do Adolescente será ocupado interinamente pela atual diretora de Proteção da Criança e do Adolescente do ministério, Maria Luiza Oliveira.
