Governo Central registra maior déficit primário em três anos para o mês de março
O Governo Central, composto pelo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, apresentou o maior déficit primário para meses de março em três anos, de acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional. O resultado ficou negativo em R$ 7 bilhões, o que representa um aumento de 10,4% em relação ao déficit de R$ 6,4 bilhões obtido em março de 2022.
Descontando a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o déficit é 5,5% maior que o registrado no ano anterior, tanto em valores nominais quanto em valores reais. O resultado de março foi o pior para o mês desde março de 2020, quando houve um déficit primário de R$ 21 bilhões, em meio ao início da pandemia da Covid-19.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano estabelece uma meta de déficit primário de R$ 231,5 bilhões para o Governo Central. No entanto, a previsão oficial de déficit primário para este ano, segundo a Secretaria de Política Econômica, está em R$ 99 bilhões.
As receitas líquidas cresceram 3,4% em relação a março do ano passado em valores nominais, enquanto as despesas totais subiram 3,7% em valores nominais. Descontando a inflação pelo IPCA, houve uma queda de 1,2% nas receitas e de 0,9% nas despesas.
As receitas administradas, relativas ao pagamento de tributos, tiveram queda de 6,2% em março em relação ao mesmo mês de 2022, já descontada a inflação. A maior queda foi registrada no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), de 23,7%, seguido pela Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), de 24,4%. Ambos foram motivados por desonerações concedidas pelo governo Bolsonaro.