PF investiga esquema do PCC de envio de drogas para Europa há pelo menos oito anos.
Polícia Federal investiga esquema criminoso de envio de drogas para a Europa através do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, há pelo menos oito anos. O Primeiro Comando da Capital (PCC) começou a remeter malas para o outro lado do Atlântico recheadas com cocaína desde que a fiscalização de remessas em pacotes aumentou. Segundo o site Metrópoles, em 2015, as malas de um casal de idosos foram trocadas por bagagens cheias de dr0ga na área restrita do maior aeroporto do Brasil, onde são manuseadas bagagens antes dos voos.
As malas de vítimas são etiquetadas com pesos falsos e entregues a aeroportuários uniformizados ou pessoas disfarçadas como tais. As malas são inseridas diretamente nas esteiras de voos nacionais, sem passar por qualquer tipo de fiscalização. Os criminosos usam essa brecha para introduzir as malas com drogas nos embarques, sem a necessidade de um passageiro para fazer o check-in. Dentro da área restrita, funcionários cooptados pelo PCC manuseiam as malas para burlar a fiscalização, introduzindo-as em voos internacionais preestabelecidos.
Os destinos principais das bagagens são Lisboa e Porto, em Portugal, ou ainda Amsterdã, na Holanda. Todos os passos dados pelos integrantes da organização criminosa são compartilhados via mensagens ou ligações, por celulares. Os aparelhos são disponibilizados pela facção criminosa, que os recolhe logo após o fim das operações ilegais, com o intuito de dificultar as ações policiais.
Para evitar apreensões pela polícia estrangeira, o PCC mantém nos países para os quais despacha cocaína pessoas responsáveis por cooptar funcionários nos aeroportos locais. Os aliciadores estrangeiros recebem, em média, cinco mil euros (R$ 27 mil) por quilo de droga que chega ao destino, parte desse dinheiro é usada para corromper funcionários dos aeroportos, principalmente os que ganham baixos salários.
A PF organizou e unificou vários inquéritos policiais abertos para investigar os integrantes do esquema criminoso. Em um dos inquéritos, é revelada a complexa estrutura financiada e mantida pela facção criminosa. O operador de esteira Arisson Moreira Júnior, de 34 anos, foi assassinad0 após barrar duas malas, com 60 quilos de cocaína, que seriam despachadas ilegalmente para a Europa. Um funcionário do aeroporto foi preso por envolvimento no homicídio, e três criminosos permanecem foragidos.