Montadoras brasileiras interrompem produção de veículos devido à queda nas vendas causada por inflação alta e juros elevados
Após dois anos de paralisações devido à escassez de componentes, especialmente chips, as fabricantes de veículos no Brasil enfrentam agora um novo obstáculo: a falta de consumidores. Com a desaceleração da atividade econômica, inflação alta e juros elevados, as expectativas do setor não estão sendo atendidas, levando empresas a ajustarem os planos de produção.
Ao menos três grandes companhias, General Motors, Hyundai e Stellantis (dona das marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën), irão suspender linhas de produção e conceder férias coletivas aos funcionários. Economistas do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco preveem que o quadro de desaquecimento de vendas pode se prolongar até 2024, o que indica que novas paradas de fábricas podem ocorrer.
A queda da demanda é a razão principal para a necessidade de ajustar os níveis de produção, segundo as montadoras. Em 2020, as vendas de veículos no Brasil caíram para 2,104 milhões de unidades, 24,5% a menos do que em 2019. A Volkswagen também irá suspender a produção em uma de suas plantas por dez dias, a partir de 27 de março. O problema da falta de semicondutores diminuiu, mas ainda persiste.