Previsão de inflação oficial sobe para 5,96% em 2023, aponta pesquisa do Banco Central
O mercado financeiro aumentou a previsão de inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 5,9% para 5,96% para este ano. Os dados foram divulgados pelo Boletim Focus, pesquisa realizada semanalmente pelo Banco Central em Brasília, que analisa as expectativas das instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2024, a previsão da inflação é de 4,02%, enquanto para 2025 e 2026, as previsões são de 3,8% e 3,79%, respectivamente. Essa estimativa está acima do teto da meta de inflação perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,25% para este ano, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior de 4,75%.
A projeção para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. A alta da inflação é impulsionada principalmente pelo aumento de preços de alimentos e combustíveis em janeiro, que fez o IPCA atingir 0,53%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, como principal instrumento. Atualmente, a taxa está em 13,75% ao ano, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre o ano em 12,75% ao ano, caindo para 10% ao ano no fim de 2024. Para o fim de 2025 e 2026, a previsão é de Selic em 9% e 8,75% ao ano, respectivamente.
Quando a taxa básica de juros aumenta, a finalidade é conter a demanda aquecida, o que pode impactar os preços, uma vez que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Isso pode dificultar a expansão da economia. Já quando a Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.