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Boulos chama fazendeiros de jagunços e reclama de expulsão de invasores de propriedades

“Carnaval Vermelho” foi a onda de invasões promovidas pelo MST e FNL em fazendas de São Paulo e Mato Grosso


O “Carnaval Vermelho” foi o nome recebido pela onda de invasões promovidas pelos movimentos sem-terra. A Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), liderada por José Rainha, ex-integrante do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), promoveu mais de cem invasões nesse período em cidades como Marabá Paulista, Sandovalina, Presidente Venceslau e Rosana.

Em atenção aos proprietários das terras invadidas, da juíza Viviane Cristina Parizotto Ferreira, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), determinou que militantes da FNL deixem as fazendas invadidas em cinco dias.

Em publicações nas redes sociais, o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) disse que “os trabalhadores foram expulsos das terras por milícias montadas por fazendeiros, jagunços que se organizaram, para tirar na marra os trabalhadores que estavam ali lutando por reforma agrária, muitas vezes por terras abandonadas, sem nenhuma função social”.

A Frente Nacional de Luta informou que pelo menos 80 trabalhadoras ocuparam a fazenda Fernanda na manhã de sábado,18, mas foram expulsos no dia seguinte. Segundo a entidade, os trabalhadores tomaram conhecimento de que grupos que se intitulam “patriotas”, alguns fazendeiros e sitiantes estavam se organizando pelas redes sociais para acabar com a ocupação. Atendendo à convocação, o grupo se concentrou perto da fecularia de Mundo Novo, na BR-163, e seguiu para a propriedade.

“No fim da tarde de domingo chegaram em mais de 30 carros lotados e muitos armados. Boa parte das pessoas estava buscando material para melhorar a estrutura dos barracos e os pouco que ficaram foram agredidos verbalmente. Dois trabalhadores foram espancados”, denuncia a FNL.

A Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de São Paulo (Aprosoja) repudiou as invasões e declarou que condena “a violência, a relativização do direito de propriedade, a destruição de patrimônio e a barbárie de práticas criminosas que deveriam há muito ter ficado no passado”.

A nota da Aprosoja reforça que as autoridades paulistas “atuem de maneira firme e contundente, no sentido de desmobilizar as invasões e criminalizar os líderes e demais envolvidos nestes atos que atentam contra o Estado Democrático de Direito”. Por fim, a associação considera que “o crime, a desordem e a agitação” podem conduzir o país ao caos.

A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu também se manifestou contra a invasão de fazendas do FNL. Conforme o grupo, os produtores rurais “exigem respeito” e solicitam que as autoridades federais e estaduais resolvam a situação. “Que o Judiciário cumpra o papel de assegurar o direito de propriedade privada, tratando os fatos com agilidade”, afirmou, em nota.

A Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) repudiou as invasões de propriedades privadas ocorridas nos últimos dias e cobrou providências imediatas ao poder público para que seja restabelecido o direito de propriedade e preservadas garantias, como segurança e integridade a todos os cidadãos brasileiros.

“A despeito dessas reivindicações, ressaltamos que existem mecanismos legais previstos em Lei para tais finalidades, como a aquisição por meio do Programa Nacional de Crédito Fundiário e a desapropriação pelo poder público de áreas que não cumpram o papel social da terra. Diante disso e respeitando o direito de propriedade, previsto na Constituição Federal, não podemos aceitar com normalidade a invasão de propriedades privadas e depredação do patrimônio privado”, afirmou a Famasul.

Para a entidade ruralista, a articulação reflete movimento de cunho político e ideológico. “Diferente do que quer parecer, o movimento não se origina de legítima reivindicação social. Isso porque, conforme prevê lei nº 8.629/1993, a invasão como reivindicação de reforma agrária bloqueia a propriedade para o referido fim”.




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