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Alemanha embarga exportação do blindado Guarani para as Filipinas

A justificativa é que as viaturas possuem componentes militares de origem alemã, portanto, sujeitas ao seu controle de exportação


Sob a alegação é que as viaturas possuem componentes militares de origem alemã, portanto, sujeitas ao seu controle de exportação, o Escritório Governamental de Controle de Exportação da Alemanha (Bundesamt für Wirtschaft und Ausfuhrkontrolle – BAFA) confirmou o embargo à exportação para as Filipinas de 28 viaturas blindadas de transporte de pessoal, Guarani.

O projeto do blindado com o pacote de dados técnicos é de propriedade intelectual do Exército Brasileiro, que recebe royaties sobre cada exportação. O Guarani é produzido pela empresa IDV, em Sete Lagoas (MG), e a negociação com as Filipinas foi mediada pela empresa israelense Elbit Systems em um grande pacote militar do tipo “Governo-a-Governo”, via a Diretoria de Cooperação em Defesa Internacional do Ministério da Defesa de Israel (SIBAT).

No pátio da multinacional italiana IDV – Iveco Defence Vehicles, 5 unidades, de um contrato de US$ 46 milhões para fornecimento de 28 viaturas Guarani, estão prontas desde junho de 2022 e aguardam a licença alemã para reexportação.

O negócio foi concretizado em 2017 e envolve diversos outros sistemas de armas, com a venda dos 28 blindados inclusa, podendo chegar, na entrega final para as Filipinas de até a 114 unidades do Guarani.

A Diretoria de Fabricação (DF) do Exército e a IDV trabalham no chamado Projeto “Guarani 2.0”, que traz um pacote de melhorias na viatura, que incluem a substituição dos componentes de origem alemã, uma vez que já existem novos pedidos de compra. Gana demonstrou interesse nas mesmas condições, e a produção inicia neste ano, mas corre o risco de sofrer do mesmo embargo se as peças alemãs não forem substituídas na versão atualizada. O Líbano já adquiriu 16 unidades e existem negociações com a Argentina que acenou com o interesse em 156 unidades, a Malásia, dentre outros países.

As Filipinas acabaram de concretizar, em 2 de fevereiro, um acordo com os EUA para acesso a quatro bases militares da nação-arquipélago, completando um arco estratégico norte-americano em torno da China.

Foram renovados o Tratado de Defesa Mútua (MDT), o Acordo de Forças Visitantes (VFA) e Acordo de Cooperação de Defesa Reforçada (EDCA) de 2014, entre Manila e Washington, que permite a rotação de tropas americanas na região e sua operação de instalações em bases filipinas.

A região do Indo-Pacífico é considerada pelo governo dos EUA como a “região de crescimento mais rápido do planeta”, pois representa 60% da economia mundial.

A Alemanha projeta se consolidar como a maior potência militar da Europa, e tem planos de intensificar a produção e exportação de armas, inclusive para regiões em conflito do planeta. Pode ter sido este o real motivo na decisão de embargar os blindados brasileiros fabricados pelos concorrentes italianos da Alemanha e vendidos pelos israelenses para o Exército das Filipinas, mas usando como argumento, a invasão russa à Ucrânia e a suposta neutralidade brasileira.




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