Na busca para refazer as relações diplomáticas com Cuba, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou Christian Vargas como novo embaixador do Brasil em Havana, e recebeu aceno positivo do atual ditador cubano Miguel Díaz-Canel, sucessor de Raúl Castro no comando da ilha desde 2018. Mas a nomeação de Vargas ainda tem de ser aprovado pelo Senado.
Vargas é diretor do Departamento de Integração Regional do Itamaraty e trabalhou na assessoria internacional da Presidência na época em que ela era chefiada por Marco Aurélio Garcia, nos mandatos anteriores de Lula. Ele também serviu na missão do Brasil junto à União Europeia (1999-2002), em Montevidéu (2002-2004), em Buenos Aires (2007-2009), em Paris (2009-2011), em Washington (2015-2018) e em Moscou (2018-2020). No Itamaraty, o diplomata atuou também no gabinete do ex-chanceler Luiz Alberto Figueiredo, recém-designado embaixador extraordinário para a Mudança do Clima.
O Brasil está sem embaixador em Cuba desde 2016, o ano do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, quando os cubanos rejeitaram a indicação de Michel Temer “apoiando o discurso” de que a presidente havia sido vítima de um “golpe parlamentar”.
Desde então a missão diplomática brasileira em Havana é chefiada por um encarregado de negócios, assim como a embaixada cubana em Brasília, num sinal do distanciamento diplomático que foi mantido até o retorno do presidente Lula para seu terceiro mandato
Além de Cuba, o governo federal busca uma reaproximação com a Venezuela. Mas nesse caso a situação está um pouco mais complicada já que a gestão anterior rompeu as relações com o país e reconheceu o oposicionista Juan Guaidó como presidente.
No início de seu terceiro governo, em janeiro deste ano, Lula retomou com os planos de reabertura da representação diplomática na capital venezuelana. Para tal, designou o diplomata Flávio Macieira, atual encarregado de negócios (um nível abaixo do embaixador na hierarquia diplomática) para listar as providências necessárias do reinício da embaixada brasileira em Caracas. O Brasil tem três prédios em Caracas: a embaixada, um consulado e a residência do embaixador e todos foram fechados pelo ex-chanceler Ernesto Araújo na gestão anterior.