O presidente russo Vladimir Putin recebeu no Kremlin o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi. Putin raramente recebe funcionários estrangeiros que não sejam chefes de Estado, mas este encontro buscou demonstrar a forte relação diplomática entre Moscou e Pequim, um dia após as declarações do presidente americano Joe Biden de que o governo chinês considera enviar armas para ajudar a Rússia na guerra de invasão da Ucrânia.
“As relações internacionais são complicadas hoje em dia. Neste contexto, a cooperação entre China e Rússia é de grande importância para a estabilização da situação internacional”, declarou o Putin, enquanto o porta-voz da chancelaria chinesa, Wang Wenbin também rebatia o presidente americano, “são os EUA, não a China, que estão constantemente enviando armas para o campo de batalha”.
O encontro ocorre dias após ser noticiado uma possível visita do presidente chinês Xi Jinping à Rússia em abril ou maio, e do anúncio de Wang, na semana passada, de que a China vai apresentar um plano para resolver a invasão da Ucrânia, desencadeada pela Rússia.
Wang Yi expressou o desejo de Pequim de “reforçar a parceria estratégica (…) e a cooperação global” com Moscou. As relações russo-chinesas “não são dirigidas contra países terceiros e resistem à sua pressão”, disse Wang.
“E apesar da forte turbulência na cena internacional, estamos a mostrar unidade, uma vontade de defender os interesses de ambas as partes de acordo com o direito internacional e o papel central das Nações Unidas”, disse.
Wang assinalou que, graças à “liderança estratégica” de Xi e Putin, “surgiu um momento propício ao desenvolvimento”. Aliado próximo da Rússia, a China nunca apoiou ou criticou publicamente a invasão russa da Ucrânia, ao mesmo tempo que expressou repetidamente o seu apoio a Moscou face às sanções ocidentais. Mas também apelou para o respeito da integridade territorial da Ucrânia, enquanto Moscou reclama a anexação de cinco regiões ucranianas.