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Resolução do PT despertou a ira da frente ampla de partidos que elegeram Lula

Ao fim de cada reunião do Diretório, o partido divulga as resoluções que servem como uma espécie de guia para os filiados


Na última reunião do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), a legenda divulgou uma resolução onde afirma que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff foi um “golpe”, defende a “não anistia” à oposição, nomina os procuradores da Lava Jato de “quadrilha”, apoia o fim da independência do Banco Central e chama de “falsas” as acusações contra o partido, em virtude do “Mensalão” e do “Petrolão”.

A “frente ampla” de partidos em apoio a eleição do presidente Luíz Inácio Lula da Silva mostrou-se decepcionada e criticaram a resolução do partido.

O presidente do Cidadania, Roberto Freire, disse que “falar em golpe é estultice, Lula não pode fazer dessa resolução do PT uma resolução sua. Ele está governando com o apoio de vários líderes que apoiaram o impeachment de Dilma. O voto nele foi pela democracia, e a democracia não pode viver em permanente fratura.”

O jurista Miguel Reale, um dos autores do pedido de impeachment de Dilma e apoiador de Lula no segundo turno, comentou que o discurso do Partido dos Trabalhadores é “esquizofrênico e sem pé na realidade, querem reconstruir o passado”. “O PT entrou com mais de 50 pedidos de impeachment contra Fernando Henrique Cardoso”, lembrou o advogado.

O ex-chanceler Aloysio Nunes que apoiou a candidatura do presidente desde o primeiro turno declarou que “Lula discursou perante a direção de um partido que ele lidera, que tem sua cultura, seu programa e uma visão própria dos fatos políticos que não coincidem em todos os pontos com os demais componentes da frente que o elegeu e com quem ele pretende governar”. “A diversidade pode ser sua força, desde que possamos, quanto antes, estabelecer um programa comum que balize sua atuação no governo e no Congresso”, pontuou o ex-chanceler.

Para o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), é “triste o PT, um partido importante, em um documento da sigla, resolver espalhar fake news”. Até mesmo setores do União Brasil, que hoje ocupa ministérios do governo, subiu o tom. “Todo mundo faz autocrítica no seu dia a dia”, observou o deputado Danilo Forte (CE). “É preciso aprender com erros do passado, para construir um futuro mais tranquilo. O PT pulou essa parte. O partido precisa calçar as sandálias da humildade.”

O documento acusa os militares e Bolsonaro de provocar “onda de violência, ódio, intolerância e discriminação” na sociedade. Também fala em “seguir na luta pela culpabilização e pela punição de todos os envolvidos”. O texto afirma que “a palavra de ordem ‘sem anistia’ deve ser um imperativo do partido para culpabilizar os responsáveis e exigir que Bolsonaro e seus cúmplices respondam pelos seus crimes”.

 




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