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Lira diz que independência do BC não retroagirá no parlamento

Para o presidente da Câmara a maioria dos deputados é contra a mudança na independência da autoridade monetária brasileira


O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira, 09, que na Câmara a maioria dos parlamentares é contra a mudança na independência do Banco Central (BC), um modelo aprovado pelo Congresso Nacional em 2021 que fixa parâmetros para reduzir as interferências políticas na entidade monetária.

“Eu tenho a escuta, a tendência do que a maioria do plenário pensa. Com relação à independência do Banco Central, esse assunto não retroagirá. O Banco Central independente é uma marca mundial. O Brasil precisa se inserir nesse contexto”, declarou o parlamentar.

A preocupação do presidente da Câmara dos Deputados é decorrente das constantes declarações do presidente Lula contra a alta taxa de juros e a independência da instituição. Apesar das diversas críticas do governo federal e sua base de apoio sobre a condução de Roberto Campos Neto à frente a autoridade monetária, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, negou que existam estudos sobre qualquer mudança na autonomia do BC.

“Não existe qualquer discussão dentro do governo sobre mudança da lei do Banco Central. Existe sim uma vontade de aquilo que está nos objetivos do Banco Central seja cada vez mais perseguido por todos”, afirmou.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se posicionou da mesma forma, defendendo a autonomia do Banco Central.

“É uma autonomia que afasta critérios políticos de um órgão que tem um aspecto técnico muito forte, que é o Banco Central. É importante buscar ‘pontes’ entre o presidente Lula, que tem criticado os juros altos, e Campos Neto para que seja possível termos um propósito comum bem-sucedido”, afirmou Pacheco. “São todos homens de boa intenção. Quando esses homens se reúnem, os problemas se resolvem”, completou.

Partidos da base de Lula iniciaram um movimento para aprovar um convite para que Campos Neto preste esclarecimentos aos deputados e senadores sobre a taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano,  ao que o dirigente do BC vem afirmando que comparecerá ao Congresso quantas vezes forem necessárias e todas as vezes que for convocado.




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