O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski participou no sábado, 11, do seminário “Democracia e Participação Popular” organizado pelo Movimento Sem Terra (MST), em Guararema, São Paulo ao lado de João Pedro Stedile, principal liderança do movimento e outros integrantes do governo Lula.
Em seu discurso no evento, o ministro criticou a “democracia liberal burguesa” e defendeu que reformas trabalhista e da Previdência deveriam ser submetidas a referendo para que seja obtida a “democracia participativa que todos almejamos”.
“A democracia está em crise, todos dizem isso. Mas o que está em crise, na verdade é a democracia representativa, liberal burguesa, a democracia dos partidos, na qual, tenho certeza, que nenhum de nós se sente representado adequadamente”, observou o ministro. “Essas crises sucessivas têm uma raiz profunda, que é o sistema político que, de fato, não nos representa”, disse Lewandowski.
No encerramento, o ministro plantou uma muda de Ipê Amarelo, disse estar “vivamente impressionado e emocionado com o povo organizado que constrói sua história”, citando o MST. “O que nos une é uma visão de mundo comum. Uma visão na qual o povo é dono do seu destino, com o objetivo de construir uma sociedade mais justa, igualitária e mais fraterna”, concluiu o ministro.
Ricardo Lewandowski vai se aposentar do STF em maio, quando completa 75 anos e vem circulando entre juristas de entidades apoiadores do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. No evento, dois novos integrantes da Comissão de Ética Pública da Presidência, nomeados por Lula estavam presentes, a advogada Kenarik Boujikian e o advogado Manoel Caetano.
A mulher de Chico Buarque, advogada Carol Proner que é ligada aos movimentos sociais, também estava no evento e declarou que para ela, o papel do MST é “fundamental” para a democracia no Brasil. Ela terá um cargo na área internacional do BNDES.