A semana começou com o dólar em alta. Nesta segunda-feira, 06, dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez novas críticas ao Banco Central (BC) pela elevada taxa de juros, a moeda americana terminou o dia em alta de 0,51%, negociada a R$ 5,174. Outro fator determinante para o aumento é a preocupação do mercado com o possível endurecimento da política monetária nos Estados Unidos.
Na cotação máxima da sessão, o dólar chegou aos R$ 5,213. A mínima foi de R$ 5,153. A moeda norte-americana já apresenta alta de 1,96% em fevereiro. Na sexta-feira, 03, o dólar fechou em forte alta, avançando 2,03%, negociado a R$ 5,148.
Na manhã desta segunda, ao discursar na posse de Aloizio Mercadante como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o presidente Lula disse que não há justificativa para que a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, esteja no patamar atual de 13,75% ao ano.
“Não existe justificativa nenhuma para que a taxa de juros esteja em 13,5% (sic). É só ver a carta do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) para a gente saber que é uma vergonha esse aumento de juro e a explicação que deram para a sociedade brasileira”, afirmou o chefe do Executivo.
“O problema não é a independência do Banco Central. É que este país tem uma cultura de viver com o juro alto que não combina com a necessidade de crescimento que temos”, prosseguiu Lula.
Pela manhã o mercado ainda acompanhava os desdobramentos da decisão do Fed de elevar a taxa básica de juros da economia americana em 0,25 ponto percentual, na semana passada. Com isso, os juros básicos estão agora em um intervalo de 4,5% a 4,75% ao ano.
O mercado aguarda as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, que deve detalhar a decisão e projetar os próximos passos da autoridade monetária americana no combate à inflação.
O mercado também repercutiu, neste início de semana, as novas estimativas do Relatório Focus, do Banco Central, sobre dados econômicos do país. De acordo com o relatório, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deve terminar este ano em 5,78%, a projeção da semana passada era de 5,74%. É a oitava semana consecutiva de alta.
Os economistas ouvidos pelo BC também aumentaram a estimativa de inflação para 2024 (de 3,9% para 3,93%) e mantiveram a de 2025 (3,5%).