O Conselho de Ética do Senado deve analisar as declarações do senador Marcos do Val sobre o que seria um plano sugerido pelo ex-deputado Daniel Silveira para incriminar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e impedir a posse do presidente Luíz Inácio Lula da Silva.
O senador deve passar por um processo de quebra de decoro parlamentar, mas tem declarado que isso não passa de “uma confusão” classificando de “estratégia de contrainteligência”. O processo deve resultar em penalidades como censura e suspensão do parlamentar, e pode terminar com a perda do mandato.
O plano de Silveira seria gravar uma declaração comprometedora do ministro Alexandre de Moraes que servisse para anular as eleições por possível parcialidade na condução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com o próprio Marcos do Val, ele resolveu avisar o ministro, que disse ter pedido para ele formalizar a denúncia. Como o senador não teria aceitado, o assunto foi então descartado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele prestou depoimento na Polícia Federal (PF), depois que o ministro Alexandre de Moraes determinou que o senador seja investigado pelos crimes de falso testemunho, denunciação caluniosa e coação no curso do processo.
Após divulgar diferentes versões do caso, ele foi ouvido como testemunha pela Polícia Federal, mas deve retornar para maiores esclarecimentos, em novo depoimento que ainda será marcado. Após a primeira oitiva, Do Val disse que teve o aparelho celular retido por ordem de Moraes. Mas essa declaração também se revelou mais uma contradição, pois o relatório da PF enviado ao STF diz que o senador entregou o celular espontaneamente. O aparelho passou por perícia e o conteúdo será descrito em relatório a ser enviado nos próximos dias para o STF.