Torres relata viver um pesadelo e que ordem de prisão foi como um “tiro de canhão”
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, declarou que foi totalmente surpreendido pelos atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes e que tem vivido um pesadelo.
“Do jeito que eu saí, o que eu deixei assinado, eu deixei tranquilo, porque nem se caísse uma bomba em Brasília teria ocorrido o que ocorreu. Essa prisão e essa acusação me pegaram muito de surpresa.”, afirmou ao desembargador Airton Vieira ao ser ouvido em sua audiência de custódia, no último dia 14.
Torres relatou que a ordem de prisão foi um ‘tiro de canhão’ contra ele e que jamais ‘daria condições’ para que manifestantes invadissem os prédios da Presidência da República, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Essa guerra que se criou no País, essa confusão entre os Poderes, essa guerra ideológica, eu não pertenço a isso, eu sou um cidadão equilibrado e essa conta eu não devo”, disse na audiência.
Torres ainda ponderou que quando assumiu o ministério de Justiça, a convite do então presidente Jair Bolsonaro, a situação “delicada” entre os Poderes já existia, mas sempre tentou buscar o ‘equilíbrio’.
“Visitei todos os ministros do Supremo Tribunal Federal, inclusive o ministro relator Alexandre de Moraes… Estou num momento em que eu, realmente, vendo ali os tipos penais que estão sendo imputados a mim, são coisas inimagináveis para uma pessoa como eu”, afirmou Torres.
“Até 15 (quinze) dias atrás eu era Ministro da Justiça, hoje estou preso. Foi um suplício chegar no Brasil sem problemas, escondido, escondendo a cabeça, foi um negócio horroroso, que nem em pesadelo”, acrescentou.