Um documento da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) contradiz a fala da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que afirmou, no Fórum Econômico Mundial, em Davos: “O mundo é desigual. No meu país, tem 120 milhões de pessoas que estão passando fome. Nós tínhamos saído do Mapa da Fome, mas, agora, temos 33 milhões de pessoas que estão vivendo com menos de US$ 1 por dia”.
O Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional 2022 informa: o Brasil tem 4,1% da população subalimentada, equivalente a quase 9 milhões de pessoas. O relatório anual foi divulgado na quarta-feira, 18.
Segundo o relatório da FAO, a Venezuela é a que mais tem pessoas passando fome na América do Sul. A pesquisa deu conta de pouco mais de 20% da população daquele país.
Entre outros motivos, a FAO responsabiliza o conflito entre Ucrânia e Rússia pelo aumento dos preços dos alimentos no mundo, além da pandemia de Covid-19.
Os números divulgados pela FAO também põem em xeque uma pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar, segundo a qual o Brasil tem 33 milhões de brasileiros passando fome.
Para o enfrentamento da fome no Brasil e em outros países, a ONU sugere políticas de mercado que possam facilitar e baratear a produção e venda de alimentos, a fim de melhorar a segurança alimentar de mais famílias.
“As políticas comerciais e de mercado podem desempenhar um papel fundamental na melhoria da segurança alimentar e nutricional, já que mediante uma maior transparência e eficiência se reduz a incerteza e se melhora a previsibilidade e estabilidade do comércio agroalimentar inter-regional”, observa a ONU.