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Para evitar falência, Americanas pede recuperação judicial

Americanas entrou com pedido nesta quinta-feira na 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro


Nesta quinta-feira, 19, a Americanas ingressou na 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro com um pedido de recuperação judicial. Este procedimento forense tem por objetivo renegociar dívidas da empresa para tentar evitar a falência.

No dia 11 de janeiro a gigante varejista veio à público informar um rombo contábil de R$ 20 bilhões em seu balanço financeiro. Calcula-se que o total da dívida pode chegar a R$ 43 bilhões. A empresa não esclareceu a origem do problema, mas o que se sabe até aqui é que o balanço financeiro da varejista foi maquiado para exibir uma dívida muito menor do que a existente.

“A Americanas é, sem receio de se estar cometendo um exagero, uma gigante nos mercados brasileiro e mundial, que precisa do apoio e da compreensão do Poder Judiciário e dos credores para superar essa crise”, afirmam seus advogados no pedido de recuperação.

Seus advogados apontam um total de 16.300 credores e solicitaram um “prazo de 48 horas para a apresentação da lista de credores completa, a discriminação do passivo e eventuais documentos faltantes, para que reflita da forma mais fidedigna possível a realidade do endividamento do grupo”, explica a petição protocolada na 4ª Vara Empresarial.

Como justificativa da necessidade da recuperação judicial, a varejista alegou estar com dificuldade para manter as atividades operacionais, em razão de bloqueios financeiros promovidos pelos bancos.

“Todo o caixa da empresa vem sendo dragado por instituições financeiras detentoras de créditos contra o Grupo Americanas sujeitos aos efeitos desta recuperação judicial. O risco, então, caso não seja deferido o imediato processamento desta recuperação judicial, é de um absoluto aniquilamento do fluxo de caixa do Grupo Americanas, o que impedirá o cumprimento de obrigações diárias indispensáveis ao exercício da atividade empresarial, tal como o pagamento de fornecedores e funcionários”, defendem os advogados da empresa.

Com mais de 40 mil funcionários e uma rede de 3.500 lojas, a varejista vendeu R$ 39 bilhões nos primeiros 9 meses de 2022 e está entre as maiores varejistas do país, ao lado do Magazine Luiza e da Via (dona das marcas Casas Bahia e Ponto).

No pedido, protocolado em caráter de urgência, a defesa da Americanas ainda pede que a Justiça conceda uma proteção contra a execução de dívidas e o bloqueio de recursos durante 180 dias. Se aprovada a recuperação judicial, a empresa terá 60 dias para apresentar um plano de pagamento dos credores.

A situação da empresa piorou exponencialmente desde o dia 18, quando a Justiça do Rio de Janeiro, em apreciação de um mandado de segurança do BTG Pactual, concedeu ao banco o direito de bloquear R$ 1,2 bilhão em contas da Americanas, para garantir parte do pagamento de uma dívida da empresa.

Esta decisão provocou um efeito cascata nos bancos credores da empresa. O Bradesco reteve R$ 450 milhões da Americanas. Itaú e Safra pediram à Justiça para que a varejista só possa sacar o dinheiro que tem depositado em suas contas mediante autorização prévia.

Tais restrições reduziram o fluxo de caixa da Americanas de R$ 8,8 bilhões para R$ 800 milhões em apenas uma semana. Muitos fornecedores condicionaram a venda de mercadoria ao pagamento à vista.

“A Americanas informa que, diante da atitude unilateral dos credores, sua posição de caixa atingiu R$ 800 milhões, e parcela significativa deste valor está injustificadamente indisponível para a movimentação da companhia desde ontem”, comunicou a empresa.

 




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