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General Braga Netto teria tentado articular a aplicação do Estado de Defesa

Após as eleições, o candidato a vice-presidente liderou reuniões em Brasília


Pessoas próximas ao governo anterior têm comentado que o candidato a vice e ex-ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, após o pleito eleitoral, realizou encontros em Brasília, nas quais foram discutidas alternativas para reverter o resultado da última eleição, tendo como base o relatório das Forças Armadas sobre as urnas.

Dentre os assuntos tratados, segundo interlocutores, seria a aplicação do artigo 142 da Constituição Federal e a possibilidade da decretação do Estado de Defesa no país.

Na última quinta-feira, 19, uma operação da Polícia Federal na residência do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres encontrou uma minuta de um suposto decreto presidencial estabelecendo o Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas o documento não estava assinado e tinha pouco embasamento jurídico.

Os advogados de Torres já afirmaram que ele diz não se lembrar a origem do rascunho, uma vez que ele recebia muitos documentos a serem remetidos ao gabinete do presidente.

Especula-se que o decreto pode ser resultado desses encontros em que se buscou saídas jurídicas para a revisão do resultado eleitoral e que a fala de Braga Netto a apoiadores do presidente em frente ao Palácio da Alvorada em novembro ocorreu dentro desse contexto de busca por alternativas jurídicas ao resultado eleitoral.

Uma das teses aventadas era até buscar a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que liderasse esse processo. Também se chegou a defender a convocação de forças de segurança para tentar ter acesso ao código-fonte das urnas eletrônicas.

Até mesmo militares que integraram o Comitê de Transparência Eleitoral e que apontaram supostas falhas no sistema eleitoral também passaram a ser cogitados para uma convocatória para auxiliar na contestação eleitoral.

A articulação chegou, segundo fontes militares, às cúpulas das Forças Armadas, que promoveram reuniões para debater essas alternativas, em especial o Exército. A maioria dos generais, porém, refutou qualquer sugestão e entendeu que o vencedor das eleições, Luiz Inácio Lula da Silva, deveria assumir o cargo sem quaisquer sobressaltos.

Em sua última live como presidente da República, Jair Bolsonaro deixou bem claro que não teve o apoio necessário e que sozinho não conseguiria nada.




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