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Você ensina seu filho a pedir perdão?


Para muitos o PERDÃO é um ato de submissão e, uma atitude de pessoas fracas. Para outros muitos é um grande esforço desnecessário pois sua arrogância somente vê dificuldade de tamanho gesto.

De tantos ensinamentos que damos à crianças, raramente vejo pais ensinando seus filhos essa nobre atitude. Falo de perdão, ou simplesmente “desculpa”, não somente o ato politicamente e socialmente promovido quando cometemos erros ou enganos rotineiros que muitas vezes acontecem da uma má interpretação de uma conversa ou atitude. O perdão é o ato arduamente aprendido pelo sincero exercício de se redimir por uma ofensa cometida a alguma pessoa, que na maioria das vezes nos eximimos desse ato de retratação.

Por experiência e ressentimento próprios, ao longo de nossa vida descobrimos o poder que um pedido de perdão verdadeiramente consciente e sincero tem de curar feridas e restabelecer relacionamentos.

O mundo parece estar no “modo automático”, as informações são muito rápidas, com isso os erros e ofensas são facilmente ignorados. Atropelamos o tempo, descompassamos seu ritmo, ofendemos sem querer, julgamos sem notar, culpamos sem sentir, erramos sem saber e sem nos importar, o que é ainda pior. Causamos dor sem nos dar nem prestar conta de nós mesmos.A sociedade está imatura e ferida. Nos tornamos insensíveis ao outro. O perdão exige maturidade e força, raros de se encontrar pois para isso é necessário reconhecer nossa fragilidade e buscar sempre sermos pessoas melhores.

Ignorar erros gera mágoa e rancor. Excessos provocados por palavras mal colocadas e atitudes precipitadas, causavam verdadeiras guerras em família. Discussões acaloradas, fruto de conversas corriqueiras, rapidamente explodem e dão lugar à arrogância, promovendo profundos danos à amigos, familiares, colegas de trabalho.
É fácil notar como somos despreparados por desprezar esse importante passo de desenvolvimento pessoal. Saber pedir perdão é se redimir das ciladas que invariavelmente caímos quando inconscientes de nossos comportamentos. Reparar-se do mal dirigido a outro é, antes de tudo, atitude nobre e obrigatória, especialmente neste mundo tão necessitado de pessoas sensíveis e maduras ao mesmo tempo.

Ensine seus filhos a não rotular pessoas. Conversar, discutir o que incomoda e tratar feridas emocionais não deve ser um tabu. Ignorar essas atitudes contribui para o aumento de ataques sem retratações e consequentemente, de feridas abertas e cada vez mais dolorosas. Pedir perdão precisa constar na cartilha familiar e deve vir principalmente do exemplo.

O ser humano erra e magoa mesmo involuntariamente, na maioria das vezes. Nessas horas, pedir perdão é ato de reparação que nos torna mais conscientes de nossas fragilidades e necessidades mais de aprimoramento.

Assim, inconscientes e incompetentes, damos as costas para o valor de um genuíno pedido de perdão, não ensinamos os filhos, adolescentes ou crianças, sobre sua importância e, por fim, perpetuamos a velha fórmula de novos adultos que, sem desculpa, crescem igualmente isolados em seus mundos individualistas.

Portanto, não importa se o esforço é descomunal ou a dificuldade é imensa: aprender – e ensinar filho – a pedir perdão é, antes de tudo, se diferenciar em um mundo inflado e inflamado de pessoas inconscientes insensivelmente egoístas.




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