Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli disparou críticas à força-tarefa da Lava Jato. Em entrevista à Universidade de Coimbra (Portugal), que teve parte do conteúdo divulgada no último fim de semana pelo portal UOL, ele não citou nomes, mas acusou integrantes da operação de “execrarem” investigados.
“Uma coisa é você apurar, investigar e condenar (…), mas sem humilhação. Sem execração”, declarou Toffoli. “Os exageros e abusos ocorridos [pela Lava Jato] eram exatamente esses. Você faz um início de investigação e depois dá uma entrevista coletiva para execrar”, prosseguiu o ministro.
Toffoli ainda chamou a atenção para o fato de “várias pessoas” relacionadas às investigações da Lava Jato terem decidido buscar carreira na política. Ele enfatizou que há casos de quem “deixou até a magistratura” — ao passo em que um dos entrevistadores lembrou que Sergio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, deixou a função de juiz federal para ingressar no governo do presidente Jair Bolsonaro, informa a Revista Oeste.
Elogios a Aras
O ministro do STF aproveitou a entrevista para elogiar o procurador-geral da República. De acordo com Toffoli, Augusto Aras tem realizado um bom trabalho à frente do Ministério Público, mas entende que ele não ganha os holofotes porque “não faz pirotecnia”. “[Aras] fez acordos de delações premiadas que já recuperaram mais valores para o Estado brasileiro do que todas as operações ocorridas no passado, incluindo a Lava Jato”, enfatizou o ministro, sem divulgar números a respeito.
