De acordo com o Centro de Documentação e Análise para os Trabalhadores (Cendas), em setembro, a cesta básica na Venezuela estava custando US$ 446 (R$ 2,3 mil. O estudo demostra que é necessário investir o equivalente a 28,3 salários mínimos para comprar apenas uma cesta básica familiar, o suficiente para alimentar cinco pessoas.
Fazendo um comparativo com o valor da cesta básica do Brasil, em setembro, custava R$ 663 (US$ 125), correspondente a 55% do salário mínimo de R$ 1.212 (US$ 230).
Ainda de acordo com o Cendas, em setembro, a cesta de alimentos na Venezuela teve queda de 2,8% em relação a agosto, quando a cesta custava US$ 459. Porém, como o salário mínimo fixado pelo governo de Nicolás Maduro, em setembro, estava em 130 bolívares por mês, cerca de US$ 15,7 (R$ 83), quem vive com um salário na Venezuela, consegue cobrir apenas 3,4% do custo da cesta básica alimentar.
Segundo estimativas do Observatório de Finanças da Venezuela, a inflação acumulada nos primeiros nove meses na Venezuela foi de 111,8%. Um dos fatores agravantes é que a moeda venezuelana perdeu quase metade de seu valor nos últimos 12 meses. Essa desvalorização, apesar de ser significativa, representa um avanço ao comparar com os anos anteriores em que o bolívar chegou a cair até 50% em um único dia.
Devidos as dificuldades enfrentadas pelos venezuelanos para sobreviver, muitos migrado para outros países. O Brasil, por exemplo, recebeu mais de 85 mil refugiados, que são atendidos pelos programas oficiais do Governo Federal. Já nos Estados Unidos 150 mil venezuelanos foram detidos na fronteira entre EUA e México entre outubro de 2021 e agosto de 2022, segundo dados do governo norte-americano.
