R$ 50 milhões foi o valor pago pelo Consórcio do Nordeste (CN) por respiradores que nunca foram entregues, segundo publicação da Revista Veja, que expôs documentos da fraude liderada pelo ex-ministro petista, Carlos Gabas, que foi secretário executivo do CN.
A Polícia Federal (PF) descobriu que uma das empresas contratadas pelo Consórcio, a Hempcare, comercializava produtos à base de canabidiol (substancia obtida da maconha). Mesmo sem experiência no ramo, a empresa fechou o contrato milionário com o CN para a importação de 300 respiradores que viriam da China, e para isso a empresa aceitou pagar 25% do valor total para intermediadores que alegam ser pessoas com acesso ao governador da Bahia, Rui Costa (PT), que na época era presidente do consórcio.
No debate que aconteceu na Band, no domingo (16) contra Lula, o presidente Jair Bolsonaro expôs que “a CPI não quis investigar R$ 50 milhões torrados em uma casa de maconha. Não chegou nenhum respirador, e daí, sim, irmãos nordestinos morreram por falta de ar.”
Em 2021, a a PF cumpriu 14 mandados de busca e apreensão em três Estados e no Distrito Federal, que resultou na prisão da proprietária da Hempcare, Cristiana Taddeo, e de seu sócio, Paulo de Tarso. De acordo com a Veja, Cristiana transferiu R$ 3 milhões para um amigo do governador da Bahia. Ela declarou à PF que sabia que o pagamento não era devido a uma suposta consultoria, e disse que o “consultor” Cleber Isaac, o destinatário da bolada, tinha “influência política”. Já Fernando Galante foi o locatário de uma sala comercial utilizada por Cristiana, recebeu R$ 9 milhões que eram para a compra dos respiradores. Tudo teve emissão de nota fiscal, mas os números das notas mostravam que eram as primeiras a serem emitidas pela empresa.
“Para os investigadores, o indício mais impressionante da conivência do consórcio com os golpistas está registrado na nota de liquidação de empenho, o equivalente a uma nota fiscal para a compra dos respiradores, formalizada pela secretaria executiva do grupo, comandada pelo ex-ministro petista Carlos Gabas”, afirmou a Veja.
“O documento, que confirma o pagamento de R$ 48 milhões à Hempcare, afirma categoricamente que os respiradores, que nem sequer haviam sido comprados, já tinham até sido entregues aos governadores nordestinos e ‘aceitos em perfeitas condições’.”
