10 desembargadores são alvos de busca e apreensão em Belém do Pará
Foi deflagrada pela Polícia Federal, na sexta-feira (5), a segunda fase da Operação Q.I. (Quem Indica) que investiga desembargadores do TJPA. No total, 10 desembargadores são alvos dos mandados de buscas e apreensões. A nova fase da operação contou com mais de 40 policiais federais para cumprir as novas medidas cautelares expedidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Membros da Procuradoria-Geral da República acompanharam as buscas.
Estão entre os desembargadores investigados: Rômulo e Ricardo Nunes, Vania Silveira e Nazaré Gouveia, Ronaldo Valle, José Roberto Bezerra Júnior, Maria Edwiges Miranda Lobato, Maria de Nazaré Saavedra e os aposentados Raimundo Holanda Reis e Diraci Nunes Alves.
De acordo com a PF foram encontrados comprovantes de pagamentos e extratos bancários que indicariam uso de uma conta pessoal de um servidor para pagamento de contas de magistrado, na chamada “rachadinha”.
Segundo apuração do portal de notícias O Antagônico, na casa do desembargador Rômulo Ferreira Nunes, foi apreendido um documento que comprova a existência de lista com pedidos de nomeações formulados por desembargadores do TJ e dirigidos à administração pública do governador Helder Barbalho.
“Extrai-se que, durante cumprimento de mandado de busca no domicílio do investigado R.J.F.N., foi apreendido documento físico que descortina uma maior amplitude no possível esquema de “loteamento” de cargos comissionados no âmbito do Poder Executivo estadual, fato grave e que pode, se eventualmente configurado, caracterizar prática delitiva apontada na petição inicial em relação a novos investigados”, Diz a ministra Nancy Andrighi no novo despacho, frisando que, com a deflagração da fase ostensiva da operação, há fundado risco de desaparecimento de provas materiais de delitos que estejam, eventualmente, na posse dos desembargadores.
Na residência do desembargador Rômulo Nunes foram apreendidos documentos que apontam para a prática das vulgarmente denominadas “rachadinhas”, sob o argumento de que o servidor Miguel Salim Queiroz Wariss, coordenador de gabinete do desembargador, teria, por meio da utilização de sua conta pessoal, efetuado, nos anos de 2021 e 2022, o pagamento de contas de titularidade de Ricardo Nunes, de sua filha Bárbara Araújo Nunes (lotada na Casa Civil), e transferido valores para o caseiro de uma residência de veraneio do magistrado e para a esposa de Ricardo Nunes, Lindalva Gonçalves de Araújo Nunes.