PT e PCC: Carlos Sampaio sugere investigação, alegando que campanhas podem ser custeadas por facção
O deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP) argumentou sobre a possibilidade do Partido dos Trabalhadores (PT), ter campanha eleitoral deste ano bancada com bancada com verbas do Primeiro Comando da Capital (PCC). O que teria levado o parlamentar a refletir sobre o assunto foi a divulgação de trechos da delação premiada do ex-publicitário, Marcos Valério, e decidiu protocolar, na segunda-feira (4), a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), com o objetivo de investigar as relações entre PT, PCC e entre outra lideranças políticas.
“Primeiro que Marcos Valério apontou que teria um movimento R$ 100 milhões ilícitos para o PT. A segunda é que o partido estaria se envolvendo ou se envolveu com o PCC. E o terceiro é que o ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, quando foi morto, tinha um dossiê no qual mostrava envolvimento de integrantes do PT com a organização criminosa, recebendo também recursos ilícitos”, explicou.
Mesmo recebendo muitos questionamentos sobre o motivo da instalação de uma comissão em ano de eleição, o pedido de abertura da CPI foi protocolado, sendo necessária, de acordo com o parlamentar, 171 assinaturas. “Estamos falando justamente da possibilidade concreta de partidos políticos ou partido político participar desta disputa recebendo dinheiro, de fruto de lavagem de dinheiro, ou seja, recursos ilícitos e podendo até mesmo ser custeados por organizações criminosas. O país quer saber se as pessoas estão sendo eleitas por dinheiro público ou privado lícitos ou por dinheiro fruto de corrupção ou de recebimento de quadrilhas”, frisou.
“Temos condições de coletar as assinaturas. Estive conversando com líderes e lembrando a importância de instalar essa CPI. Em 2006, ano de eleição, eu era sub-relator de outra CPI, do escândalo das ambulâncias. Na época, solicitamos a cassação de 72 deputados que estavam envolvidos em esquema de corrupção. Lembro que 68 deles não foram reeleitos. Talvez o melhor trabalho que fiz pelo país. Agora, o Brasil também quer uma resposta”, finalizou.