Leilão de transmissão de energia viabiliza R$ 15,3 bilhões em investimentos privados
A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) sediou o primeiro leilão de transmissão do ano, na quinta-feira (30), realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A iniciativa atraiu R$ 15,3 bilhões (US$ 2,9 bi) em investimentos que será realizado ao longo de 30 anos de contrato. Ao todo, o projeto prevê a construção e a manutenção de 5.425 km de linhas e 6.180 MVA de capacidade de transmissão em 13 estados.
Dez consórcios e empresas vencedoras serão responsáveis pela construção e manutenção dos empreendimentos nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. As obras devem ser concluídas em até 60 meses.
O deságio médio ficou em 46,16% em relação às Receitas Anuais Permitidas iniciais que a agência estabeleceu. De acordo com a Aneel, o resultado poderá gerar uma economia de cerca de R$ 26 bilhões aos consumidores de energia.
Acompanharam o leilão na sede da B3, a diretora-geral substituta da Aneel, Camila Bomfim, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, o secretário-executivo adjunto do Ministério de Minas e Energia, José Roberto Bueno Júnior, o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica Hélvio Guerra e o futuro diretor-geral da autarquia, Sandoval Feitosa.
Entre os vencedores estão grandes players, como: Brookfield Brasil Asset Management Investimentos, CTEEP, Eletronorte, Energisa, Engie, Neoenergia, Sterlite Brasil Participações e Taesa.
Em 23 de agosto a Aneel deverá ser homologado o leilão. Já a assinatura dos contratos de concessão deverá ser feita em 30 de setembro.
Resultado
O Lote 1 foi vencido pelo Consórcio Verde, formado pela Brasil Energia Fundo de Investimentos e Participações Multiestratégia (Brookfield Brasil Asset Management Investimentos) e Cymi Construções e Participações. O compromisso de investimento é de R$ 3,7 bilhões.
O Lote 2 foi adjudicado à Neoenergia. O investimento estimado é o maior do leilão, de R$ 4,9 bilhões.
A CTEEP ganhou o lote 3, com investimento estimado de R$ 3,65 bilhões.
O Lote 4 foi arrematado pela Zopone Engenharia e Comércio. A construção da linha deverá gerar 707 empregos diretos.
Lote 5: a Sterlite Brazil Participações construirá 113 km em linhas de transmissão e 300 MVA em capacidade de transformação.
A CTEEP levou o lote 6, que envolve a ampliação da subestação de Água Azul e a construção de um novo pátio e a adição de 600 MVA em São Paulo.
A Engie Brasil Transmissão foi a vencedora do lote 7. O empreendimento localizado em Marabá, no Pará, é necessário para atender o crescimento de carga na região sudeste do estado.
O lote 8 foi para a Eletronorte. Ele é projetado para melhorar as condições de transmissão nos estados do Amazonas e do Acre.
As linhas de transmissão e subestação que compõem o lote 9 foram tomadas pela Sterlite.
Lote 10 : As instalações de transmissão em Santa Catarina foram concedidas à Taesa.
A Neoenergia conquistou o lote 11, com 291 km de linhas no Mato Grosso do Sul.
Lote 12: a construção e operação da linha de transmissão Mauá 3-Manaus, com 12,9 km e 230 kV, foi concedida à Energisa Transmissão de Energia. A linha fornecerá energia elétrica para a região metropolitana de Manaus. Espera-se a criação de 524 empregos diretos.
As instalações que compõem o lote 13, no Acre foram concedidas ao Consórcio Norte, formado pela Companhia de Transmissão de E. Solo Engenharia e Zopone Engenharia e Comércio.