MP pede que Banco Central e Coaf informem o salário de Moro em empresa de consultoria
O subprocurador Lucas Rocha Furtado pediu ao TCU (Tribunal de Contas da União) para que solicite ao Banco Central e ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) informações sobre o salário recebido pelo ex-juiz Sergio Moro na consultoria Alvarez & Marsal.
A Corte de Contas já havia pedido que a consultoria informasse a quantia exata repassada a Moro de 2020 a 2021, o que não foi feito. De acordo com a Alvarez & Marsal, uma cláusula de confidencialidade impede que os valores sejam revelados, salvo se ela e o ex-juiz concordem com a divulgação ou por meio de ordem judicial.
De acordo com Furtado, as empresas que pagaram honorários à consultoria receberam dinheiro público, o que justificaria a prestação de informações sobre o salário de Moro. A Alvarez & Marsal, que atua na recuperação judicial da Odebrecht, recebeu R$ 42,5 milhões de empresas que foram alvo da Lava Jato, operação em que Moro atuou. Parte das companhias investigadas tinham contrato com o poder público.
O pedido tem como base uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Em 2015, o ministro Luiz Fux entendeu que o TCU pode acessar informações relacionadas a operações financiadas com recursos públicos. O caso envolvia o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Além de informações do Banco Central e do Coaf, Furtado solicitou que a Corte de Contas ratifique o pedido feito anteriormente à consultoria que abrigou Moro sobre os valores repassados ao ex-juiz. Também pede que o TCU tire do procurador Júlio Marcelo a investigação sobre suposto conflito de interesse por parte de Moro. De acordo com Furtado, o representante do MP e o ex-juiz são amigos.