A médica Rochelle Walensky, diretora do CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos, afirmou em entrevista na última sexta-feira (7) que 75% dos mortos pelo coronavírus tinham ao menos 4 fatores de risco (as comorbidades). “A maioria das mortes por covid-19, acima de 75%, aconteceram com pessoas que tinham pelo menos 4 comorbidades. Então, para começar, essas pessoas não estavam bem“, disse Walensky no programa Good Morning America, da rede ABC.
A médica não citou a fonte dos dados e nem o período. O site do CDC mantém informações sobre as comorbidades mais frequentemente associadas às mortes por covid, mas não detalha quando elas ocorrem juntas. Segundo o órgão, 95% dos mortos por covid tinham algum tipo de comorbidade.
Walensky passou a ser criticada nas redes sociais por usuários que consideraram as declarações desrespeitosas com portadores de comorbidades e levantaram a hashtag “MyDisabledLifeIsWorthy” (minha vida com comorbidades tem valor) no Twitter.
O CDC não mostrou dados sobre qual é a parcela da população que tem 4 ou mais comorbidades. É possível saber que algumas, no entanto, são comuns. Conforme o CDC, o sobrepeso afeta 73,6% dos cidadãos dos EUA e são 14% os fumantes (outra comorbidade). Estudo da Associação Americana do Coração mostra estima que 48% dos cidadãos dos EUA tenham problemas circulatórios.
A diretora do CDC se defendeu das críticas em postagem no Twitter no domingo (9). No post, ela diz: “Precisamos proteger as pessoas com comorbidades de covid-19 grave. Fui trabalhar com medicina – no estudo de HIV especificamente – e com saúde pública para proteger as pessoas que estão mais em risco. O CDC está tomando medidas para proteger aqueles que têm maior vulnerabilidade, incluindo os que tenham doenças crônicas e os idosos”.
