Lideranças do PT e PDT foram as que mais gastaram cotas parlamentares em 2021
A liderança do Partido dos Trabalhadores (PT) foi a que mais gastou a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar em toda a Câmara dos Deputados durante 2021. Ao todo, foram usados R$ 157.364,31 entre janeiro e dezembro do ano passado, do total de R$ 813.661,75 das 17 lideranças que tiveram custos.
A cota é destinada para reembolsos e débitos a deputados que gastam com despesas vinculadas ao exercício da atividade parlamentar. Ela unificou, em 2009, a verba indenizatória, a cota de passagens aéreas e a cota postal-telefônica. Somente no primeiro semestre de 2021, o PT gastou R$ 79.436,13 do montante, valor mais alto do que a utilização da cota anual de 15 lideranças.
Em fevereiro, por exemplo, a liderança do Partido dos Trabalhadores gastou R$ 21.658,71, sendo R$ 13.511,56 em serviços de divulgação da atividade parlamentar, como vídeos, manutenção de site e envio de mensagens eletrônicas. Naquele mês, também se destaca o reembolso de R$ 1.045,00 em alimentação no dia 9.
Em agosto, segundo mês com os maiores gastos, a liderança do partido utilizou R$ 17.616,36 da cota. Nesse período, há gastos como a hospedagem em um hotel à beira mar no Ceará, durante o fim de semana, totalizando R$1.058,00 que foram reembolsados.
A efeito de comparação com outro partido com bancada com número semelhante de deputados, o PSL, de 55 parlamentares na Casa — dois a mais do que o PT —, gastou cinco vezes menos. O Partido Social Liberal utilizou R$ 30.137,04 entre janeiro e dezembro de 2021.
Ainda entre as lideranças, o PDT foi o segundo partido com maior utilização da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar, com R$ 108.329,97. O valor é referente aos pagamentos mensais de R$ 10 mil para uma empresa de prestação de consultoria de comunicação e gerenciamento de redes sociais, em 2021.
Em novembro, no entanto, apesar do pagamento de R$ 10 mil, houve um reembolso de R$8.329,97. A Câmara não detalha no portal o motivo do valor não reembolsável. Em dezembro não há registro de utilização da cota pela liderança do partido.
Procurado, Bohn Gass, líder do PT na Câmara, informou que os gastos do partido foram mais altos por ter uma “bancada grande e atuante”, e pontuou que faz o uso da cota “estritamente dentro das regras”. Wolney Queiroz, líder do PDT, não respondeu ao questionamento da reportagem até o fechamento. O espaço segue aberto para manifestações.