Recuperação do faturamento de bares e restaurantes pré-pandemia pode levar até três anos
Mais de três em cada cinco (63%) bares, restaurantes, cafés e lanchonetes relatam que ainda não se recuperaram das perdas causadas pela pandemia do Covid-19 no ambiente de negócios.
No levantamento realizado pela ANR (Associação Nacional de Restaurantes), mostra que 48% dos estabelecimentos afirmam que o processo de recuperação do faturamento pode levar até três anos.
A avaliação de retomada lenta tem relação com o nível de endividamento das empresas, que teve uma pequena melhora, ao recuar de 55% para 48% na passagem de setembro para novembro. A maior parte das dívidas (78%) está nos bancos e é seguida dos tributos em atraso (48%).
Para o diretor-executivo da ANR, Fernando Blower, o estudo revela que a recuperação está apenas no início e o setor tem um longo caminho a percorrer para um crescimento consistente. “O processo de recuperação será longo e ainda vivemos momentos de muita apreensão com o aumento de casos de Covid-19 na Europa e a chegada dessa nova variante”, afirma ele.
Ômicron, inflação e juros altos ameaçam crescimento do PIB
Com o avanço da vacinação no segundo semestre e a abertura do setor sem restrições na maior parte do Brasil, as empresas dizem esperar um faturamento 39% maior neste segundo semestre, na comparação com o período entre janeiro e junho, período marcado por medidas restritivas para conter a disseminação do novo coronavírus.
A respeito do faturamento total do ano, 53% das empresas afirmam que devem terminar 2021 com aumento do lucro em relação ao ano passado. Outras 20% disseram que seguem em estabilidade e 17% com prejuízo. A inflação (64%) e a atração de novos clientes (68%) aparecem como os principais desafios citados.
“O setor certamente terá que se equilibrar no ano que vem entre esses desafios de buscar a retomada, se desenvolver e ainda ter que lidar com a inflação crescente. Seguiremos em um cenário de incertezas, tanto em relação à política quanto à macroeconomia”, observa Blower.
A pesquisa também perguntou aos proprietários se os clientes voltaram a consumir como antes da pandemia. A resposta foi negativa de 47% e outros 34% responderam afirmativamente.
Dezoito por cento dos entrevistados representam lojas que foram abertas na pandemia. Um dos fatores que ajudam a explicar a situação atual do segmento é a quantidade de empresas que afirmaram operar com número de funcionários abaixo do ideal, 69%.
Sobre trabalhos temporários, a maior parte das empresas (53%) alega que não vai contratar. As demais (47%) admitem que devem ampliar o quadro de colaboradores para o período festivo.