“Nossa turma é que a gente pode se orgulhar”, diz Moro sobre Podemos que tem parlamentares com pendências na Justiça
Ontem (10), durante discurso na filiação do ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol ao Podemos em Curitiba, Sérgio Moro parabenizou Dallagnol pela filiação e aproveitou o momento para dar indiretas à Lula e Bolsonaro: “Nossa turma é que a gente pode se orgulhar. Não somos a turma do mensalão, petrolão e rachadinha”.
O ex-juiz parece ignorar o fato de que o Podemos possui deputados e senadores que têm ou já tiveram problemas com a Justiça. Dos dez membros da sigla na Câmara dos Deputados, sete já foram ou estão sendo investigados, além de três senadores, de um total de nove.
O deputado João Bacelar, da Bahia, foi condenado pelo Tribunal de Contas do Município a devolver R$ 47,7 milhões, desviados pela prefeitura por meio de uma ONG que prestava serviços na área da Educação.
O também deputado federal, Diego Garcia, foi acusado pelo Ministério Público Estadual de comprar sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) em esquema criminoso operado dentro da 4ª Circunscrição de Trânsito do Paraná (Ciretran) em 2005. O crime, no entanto, foi prescrito, por falta de manifestação da Justiça.
Conhecido por ser um defensor do combate à corrupção, o deputado paulista Roberto de Lucena também é um dos investigados. Desde setembro, ele responde na Justiça Eleitoral uma ação de falsidade ideológica, decorrente de um inquérito da Polícia Federal, que ainda está em andamento, relacionado às contas de sua campanha.
Em Pernambuco, o deputado federal Ricardo Teobaldo Cavalcanti responde a inquérito por crime contra as finanças públicas, cometido quando era prefeito de Limoeiro.
Já a presidente da legenda e deputada federal Renata Abreu é alvo de inquérito na Justiça Eleitoral sob a acusação de ter promovido candidaturas femininas laranjas em 2018.
Léo Moraes, eleito por Rondônia, foi acusado de prática de abuso de poder econômico e captação ilícita de recursos nas eleições gerais de 2014. Uma apuração de suas contas de campanha apontou que o valor doado por ele mesmo em 2018, de R$ 200 mil, teria sido maior do que o total de bens que ele declarou possuir. Em 2016, no entanto, ele foi inocentado por falta de provas.
Além dos parlamentares, o secretário-geral da legenda, Luiz Claudio Souza França, foi flagrado em vídeo pegando R$ 38 mil em espécie das mãos do ex-secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa, na Operação Caixa de Pandora – que ficou conhecida como mensalão do DEM. A ação está em fase de alegações finais.