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EUA aprovam 3ª dose de vacina para maiores de 18 anos


Com informações da AFP

Os Estados Unidos anunciaram, ontem (19), a autorização dos reforços da vacina contra a Covid-19 a todas as pessoas com mais de 18 anos de idade, seis meses após completarem a série de vacinação primária.

A agência americana responsável pelo setor de alimentos e remédios (FDA, na sigla em inglês) disse que a autorização de uso emergencial concedida aos laboratórios Pfizer e Moderna ajuda a “oferecer uma proteção contínua contra a Covid-19, inclusive contra as consequências graves que podem ocorrer, como hospitalização ou morte”.

A FDA disse que baseou a decisão em dados sólidos de resposta imunológica de centenas de pessoas que receberam as duas vacinas. Pouco antes, as duas empresas farmacêuticas haviam anunciado a obtenção da aprovação da agência.

“Esta autorização de uso de emergência chega em um momento crítico, à medida que entramos nos meses de inverno [verão no Brasil] e enfrentamos um número crescente de casos de Covid-19 e de hospitalizações em todo o país”, declarou o diretor-executivo da Moderna, Stephane Bancel.

Pessoas acima de 18 anos que receberam a vacina de dose única da Johnson & Johnson nos Estados Unidos já tinham direito a uma segunda dose, dois meses após a primeira injeção.

No caso dos vacinados com Pfizer e Moderna, a terceira dose estava reservada, até agora, a apenas algumas categorias: pessoas acima de 65 anos; adultos com risco de desenvolver uma forma grave da doença; ou aqueles com elevada exposição ao vírus, por exemplo, em razão de seu trabalho.

Esse anúncio ocorre em um momento em que o número de infecções volta a subir nos EUA com uma média diária de 85 mil novos casos e mil mortes por Covid-19. No fim de outubro, a média estava em cerca de 70 mil casos por dia.

Alguns estados, como a Califórnia, haviam começado a permitir doses de reforço para todos os adultos antes mesmo das recomendações das agências sanitárias, na esperança de conter a propagação da epidemia antes da temporada de férias.

A Pfizer conduziu um ensaio clínico que envolveu 10 mil pessoas com mais de 16 anos, e pôde concluir que o reforço foi eficaz contra infecções sintomáticas em mais de 95% dos casos, em comparação com aqueles em que não houve reforço.

A FDA não citou esse estudo ao tomar sua decisão, mas ele pode sugerir que a vacina da Pfizer funciona melhor como uma aplicação antiviral de três doses, ou que o intervalo de três semanas entre a primeira e a segunda dose nunca foi longo o suficiente para induzir a melhor resposta imunológica.

A vacina da Pfizer é dosada em 30 microgramas, a mesma quantidade da série de imunização primária, enquanto a da Moderna é de 50 microgramas, metade da série inicial.

Os CDCs (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) realizarão uma reunião na sexta-feira para discutir as recomendações clínicas sobre quem deve solicitar a dose de reforço.

A reunião deve proporcionar uma melhor compreensão do pensamento dos principais assessores de saúde do governo federal, alguns dos quais expressaram dúvidas sobre a “bonança de um reforço”.

Em sua grande maioria, as pessoas que ficam internadas ou morrem de coronavírus são americanos não vacinados. Portanto, a melhor forma de controlar a onda de inverno seria chegar até essas pessoas, em vez de reforçar os já vacinados, argumentam os críticos da nova campanha.

Uma desvantagem potencial, eles argumentam, é que aqueles que resistem às vacinas podem concluir que as injeções são ineficazes. Outro risco é o aumento do número de casos de inflamação do coração relacionada à vacina (miocardite), especialmente entre homens mais jovens.

Tanto a Pfizer quanto a Moderna têm estudos pós-autorização programados para avaliar os riscos de miocardite.

Os especialistas concordam que os reforços por si sós não podem resolver a pandemia, enquanto os países mais pobres, especialmente na África, permanecem presos a porcentagens de um dígito para as pessoas cobertas pela série de vacinação primária.




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