Política

Senadores voltam a cobrar sabatina de Mendonça na CCJ


Vários senadores aproveitaram a reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desta quarta-feira (17) para cobrar novamente a definição de uma data da sabatina de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF). Sobraram também críticas ao atual presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que não estava presente e foi substituído pelo vice, Antonio Anastasia (PSD-MG), no comando dos trabalhos.

O primeiro a abordar o assunto foi o senador Carlos Portinho (PL-RJ). Segundo ele,  já se passaram mais de quatro meses da indicação feita pelo presidente Jair Bolsonaro e a indefinição é constrangedora e injustificável, além de nem sequer um relator para o tema foi designado.

O senador Esperidião Amin (PP-SC) também reclamou da indefinição e alegou estar havendo “um descumprimento abusivo do Regimento Interno pelo titular da comissão”. Ele também se referiu a denúncias de irregularidades.

“Há coisas muito graves ocorrendo nesta Casa. Primeiro há notícias promovidas aqui de que o senador Alessandro Vieira [Cidadania-ES] notificou o Supremo de que a Polícia Legislativa estaria sendo usada para pressionar pessoas que teriam participado de rachadinha. Segundo: um requerimento de minha autoria e outro dos senadores Alvaro Dias [Podemos-PR] e Jorge Kajuru [Podemos-GO] foram apresentados e não foram sequer considerados protocolados por esta comissão. O que é isso? Estamos navegando num pântano. Não discuto nenhum outro assunto sem que saiba com que estou lidando. É uma coisa cavernosa. Tenho ojeriza ao olhar de paisagem. Estamos sabendo de coisas indevidas e as autoridades fazem olhar de paisagem?”, indagou Amin.

O senador Eduardo Braga (MDB-AM), por sua vez, disse que um presidente de comissão não pode ignorar requerimentos apresentados por senadores e também acredita que o assunto não pode mais ser adiado. Na opinião dele, o Senado precisa se manifestar, seja para aprovar a indicação ou mesmo rejeitá-la.

“Existem várias matérias importantes no esforço concentrado para serem votadas, mas nenhuma é tão relevante quanto a indicação ao Supremo Tribunal Federal. Acho que essa comissão tem como data-limite o dia 30 de novembro. Nosso dever é de sabatinar e nos manifestarmos sobre a matéria”, avaliou Braga.

O senador Alvaro Dias afirmou que a definição de uma data é uma estratégia deliberada de Davi Alcolumbre e faz com que a CCJ “esteja a serviço de interesses escusos”.

“Não vamos compactuar com esse apagão da CCJ, com leniência, irresponsabilidade e achincalhe. A CCJ não compromete apenas o trabalho do Senado, mas de outras instituições, como STF, que já vive impasse em razão da ausência de um ministro”, disse.

O assunto chamou a atenção também do líder do governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), para quem está clara a vontade de deliberar por parte dos integrantes da CCJ e da maioria dos senadores.

O senador Lasier Martins (Podemos-RS) foi um dos mais duros nas críticas a Davi Alcolumbre. Ele disse que a CCJ virou uma desordem e está atrasada em relação ao trabalho de outras comissões, “com um mundo de projetos relevantes e urgentes para o país represados”. Lasier sugeriu ainda que Anastasia assuma “de fato e de direito” o comando da CCJ, uma vez que Alcolumbre não trabalha.

“Na tribuna do Plenário, eu já sugeri que ele renunciasse ao posto. Ele não comparece, não trabalha, e a comissão é essa desordem. Alguma coisa tem que ser feita; o ano está terminando e estamos atrasados demais. A CCJ não funciona e é a comissão mais importante do Senado. O Brasil está percebendo isso e acompanhando a situação. E nem falei aqui até agora nas rachadinhas do presidente. Denúncia feita recentemente com amplos detalhes pela revista Veja. As pessoas estão perguntando: e o Conselho de Ética não vai fazer nada? É o nome do Senado que está em jogo”, reclamou.




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