Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República, esteve à frente do MPF durante os três primeiros anos da Lava Jato, está estudando a possibilidade de seguir o caminho aberto por Sergio Moro. O ex-PGR tem até março para decidir se entrará na disputa eleitoral de 2022.
Segundo o portal Metrópoles, Janot está em negociação com o Podemos, o mesmo partido que receberá Sergio Moro no dia 10 de novembro e que é o provável o destino de Deltan Dallagnol, que anunciou sua saída do MPF nesta quinta-feira (4).
Se Rodrigo decidir pela política, formará uma trinca de lavajatistas na disputa de cargos. Seria finalmente o nascimento da terceira?
Segundo interlocutores, a principal questão para a decisão de Janot é a perda da privacidade, que ele preza muito desde que se aposentou do MPF. Janot é declaradamente um entusiasta da candidatura de Moro pois considera que o ex-juiz tem muito a somar no combate à corrupção. Já Dallagnol, o ex-PGR considera que a investida contra ele dentro do MPF não lhe deixou alternativa a não ser a política. Porém ele ainda não decidiu se de fato entrará na política e nem a qual cargo concorreria.
Janot tem perfil centro-esquerda, seu período à frente da PGR foi bem mais tranquilo, com alguns episódios de embates com Lula, Dilma e com os intocáveis partidos MDB e PSDB. Ao lado de Dallagnol e Moro, teriam basicamente os mesmos adversários, que são os mesmo que ficaram na mira da Lava Jato.
Porém, a saída de Dallagnol pode endossar o discurso do PT de politização da Lava Jato. Se Janot seguir pelo mesmo caminho, pode ser a “cereja do bolo” para o argumento da sigla.