CPI inclui governador e ex-secretário do AM, senador Heinze também tem nome incluso no relatório final
Renan Calheiros (MDB-AL), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, acolheu o pedido do senador Eduardo Braga (MDB-AM) e incluiu dois nomes no relatório final da CPI: o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e o ex-secretário de Saúde do estado Marcellus Campêlo. A decisão cede à pressão de Braga, que havia apresentado um voto em separado e ameaçava um voto contrário ao documento.
Além disso, o relator decidiu anunciar o nome do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) na lista de pedidos de indiciamento do relatório final da comissão. Com as novas inclusões, o relatório final, que será votado pelos senadores, conta com o pedido de indiciamento de 79 pessoas e duas empresas. No total, são 81 indiciamentos
Em seu voto em separado, Eduardo Braga pedia o indiciamento apenas dos dois nomes e votava pela rejeição do relatório de Calheiros. Após a reunião do grupo majoritário na última segunda-feira (25), o entendimento era que não haveria indiciamento de governadores. A justificativa dos parlamentares era a impossibilidade de terem ouvido os gestores estaduais, tendo em vista a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que impediu as oitivas.
Depois da reunião, entretanto, houve conversas entre Braga, Otto Alencar (PSD-BA) e Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI. A inclusão dos dois nomes foi, então, acertada, e aceita por Calheiros. O documento do relator incluído no sistema da CPI nesta manhã não trazia os pedidos de indiciamento, mas, durante o início da sessão, Calheiros acatou oficialmente o pedido de Braga, inserindo Wilson Lima e Campêlo na lista.
“Tendo o senador Renan acatado em completo o adendo apresentado por nós, inclusive, com indiciamento do governador e do secretário estadual, posso retirar o meu voto em separado. Se Vossa Excelência acata, eu retiro o voto em separado”, afirmou Braga.
Indiciamento do senador Luis Carlos Heinze
O senador Renan Calheiros anunciou durante a sessão desta terça-feira (26) que vai pedir o indiciamento do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), que também é membro da comissão.
“Pela maneira como, apesar das advertências, o senador Heinze reincidiu aqui todos os dias, apresentando estudos falsos, logo negados pela ciência, e pela maneira como incitou o crime em todos os momentos, eu queria nesta última sessão, dar um presente a vossa excelência. Vossa excelência será o 81º primeiro indicado dessa CPI”, disse Renan.
O pedido para Heinze ser incluído na lista do relatório final foi feito pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
Vieira apresentou o pedido no momento em que Heinze apresentava um voto alternativo ao do senador Renan Calheiros. “No documento “paralelo”, Heinze atacou a CPI, dizendo que a comissão cometeu “evidentes abusos”, e defendeu remédios sem eficácia – comportamento que Heinze exibiu ao longo dos seis meses de trabalho do colegiado”, disse o senador.