O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes acaba determinar o prazo de 30 dias para a Polícia Federal agendar o depoimento presencial do presidente Jair Bolsonaro no inquérito por suposta intervenção política na PF.
O despacho de Moraes acontece após Bolsonaro enviar ao Supremo, ontem, uma manifestação se dispondo a falar pessoalmente no depoimento. O STF analisaria ontem qual seria a modalidade, se presencial ou por escrito, mas o julgamento foi suspenso diante da posição do presidente Bolsonaro.
A manifestação enviada a Moraes pela AGU, demonstra claramente que o posicionamento de Bolsonaro “no intuito da plena colaboração com a jurisdição dessa Suprema Corte”.
“O requerente manifesta perante essa Suprema Corte o seu interesse em prestar depoimento em relação aos fatos objeto deste Inquérito mediante comparecimento pessoal. Nesta oportunidade, requer lhe seja facultada a possibilidade de ser inquirido em local, dia e hora previamente ajustados, em aplicação ao que prevê o artigo 221, caput do Código de Processo Penal, prerrogativa que compatibilizará o pleno exercício das funções de Chefe de Estado e do seu direito de defesa na ocasião da prestação de depoimento em modo presencial”, afirma o documento assinado por Bruno Bianco.
O inquérito para o qual Bolsonaro será ouvido, foi aberto pelo ex-ministro Celso de Mello após o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro pedir demissão e acusar o presidente da República de tentar interferir politicamente nas escolhas da corporação por meio das trocas do então diretor-geral, Maurício Leite Valeixo, e do superintendente da PF no Rio de Janeiro. Moro também é investigado nesse inquérito por suposta denunciação caluniosa.
