Presidente do Banco Central garante que o ápice da inflação foi em setembro
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, afirmou que a alta da inflação deve ter chegado ao seu maior nível em setembro. “Nós entendemos que, em termos de inflação de 12 meses, setembro deve ser o pico. A gente ainda tem uma inflação alta em setembro”, declarou Campos Neto durante uma palestra na Associação Comercial de São Paulo.
De acordo com Campos, a alta da inflação aconteceu devido a “dois choques” em 2020 e 2021. Primeiro no ano passado, quando o Brasil sofreu com um forte aumento dos preços dos alimentos associado a uma grande perda de valor do real em relação ao dólar. Já em 2021, a alta da inflação é decorrente do aumento dos preços da energia e da gasolina. “O etanol subiu mais de 40% no ano e o frete subiu também”, destacou.
“Por um lado, eu tenho mais demanda de bens, que geram mais demanda de energia. Por outro lado, eu tenho, de uma forma geral, os países querendo produzir menos energia, ou energia mais limpa interrompendo a produção de algumas fontes que não são tão limpas. A conjunção desses fatores está gerando uma inflação grande em alguns países e alguns problemas energéticos”, explicou Campos Neto.
O aumento generalizado dos preços tem causado preocupação em todo o mundo. “A inflação tem dado um susto bastante relevante em quase todos os países. Tanto a inflação ao produtor, quanto a inflação ao consumidor”, acrescentou.
Campos ainda explicou que o Banco Central tem agido rapidamente e reajustado os juros para conter a alta inflacionária. “A gente entende que tem um elemento de persistência maior [da inflação], por isso nós temos sido mais incisivos nos juros”.