Por unanimidade Câmara do Rio cassa o mandato do vereador Dr. Jairinho
O plenário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro cassou o mandato do vereador Jairo Santos Souza Júnior, conhecido como Dr. Jarinho, por quebra de decoro parlamentar. É a primeira vez na história que um parlamentar é cassado na Câmara carioca. A votação foi unânime.
Dr. Jairo é réu pela morte do enteado, o menino Henry Borel, de 4 anos, no dia 8 de março. Investigações policiais apontam que o menino foi espancado em casa pelo padrasto. Ele está com a prisão preventiva decretada pela Justiça desde o dia 8 de abril, junto com a mãe do menino, Monique Medeiros.
“Por decisão unânime, após indícios suficientes de envolvimento na morte do menino Henry, a peça conclui a presença de elementos suficientes para apurar a conduta incompatível com decoro parlamentar. Não restou alternativa a esta Casa que não fosse à instauração para investigar a quebra de decoro. Jairinho responde por homicídio triplamente qualificado, tortura e agressões contra o menino Henry”, avaliou o relator do processo na Comissão de ética e Decoro Parlamentar, o vereador Luiz Ramos Filho (PMN).
O vereador Chico Alencar (PSOL), que também faz parte da Comissão de Ética, disse que o que foi votado é se houve quebra de decoro. “Jairinho cometeu abuso de poder, tráfico de influência e mentiu quando disse que o pequeno Henry caiu da cama, o que foi desmentido pela perícia técnica”.
A votação foi presencial e virtual. Dos 50 vereadores, 49 votaram pela cassação do parlamentar, que estava na Câmara há quatro legislaturas consecutivas. O vereador Dr. Gilberto (PTC) não participou da votação, porque está de licença.
O pai do menino Henry Borel, Leniel Borel, mandou um comunicado que foi lido pelo vereador Tarcísio Mota (PSOL), logo após a decisão da Casa. “Estamos vendo a Justiça sendo feita. A quebra do decoro parlamentar e a respectiva cassação desse monstro é uma resposta à sociedade, devido ao covarde assassinato do meu filhinho e as demais acusações claras contra esse assassino”.