Eleições

Barroso volta a afirmar que voto auditável diminui a segurança das eleições


O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, criticou novamente o voto auditável. Na visão do magistrado, a mudança vai comprometer a segurança do sistema eleitoral. “Cria-se um problema que o Brasil não tem”, declarou Barroso durante live do Grupo Prerrogativas, neste sábado (26).

“Vai dar defasagem entre os votos. Vão questionar e judicializar com pedido de fraude. Na recontagem, vai sumir voto, aparecer voto. Isso tudo diminuirá a segurança”, acrescentou, ao falar sobre o “risco” de quebra do sigilo do voto.

Barroso afirmou que espera que “as bobagens” sobre uma possível fraude na eleição por meio da urna eletrônica desapareça com o “surgimento da verdade do que pela persecução criminal”.

O presidente do TSE também anunciou que o tribunal estuda aumentar a quantidade de equipamentos testados durante a disputa eleitoral do próximo ano. Hoje, 100 urnas são levadas ao tribunal para realização de uma “auditoria independente”, com técnicos especialistas no assunto. “E tudo isso é filmado”, pontuou o ministro.

Especialista levanta questionamentos sobre as urnas eletrônicas

Amílcar Brunazo, engenheiro especialista em segurança de dados e voto eletrônico, afirmou as urnas eleitorais tem uma segurança duvidosa. Segundo ele, o equipamento pode sim ser objeto de fraude.

“O software é desenvolvido no TSE seis meses antes das eleições, compilado com 15 dias de antecedência, transmitido por internet pelos tribunais regionais e por cartórios, e gravado num flashcard”, explicou Brunazo durante audiência pública em comissão especial da Câmara dos Deputados realizada no último mês.

“A equipe do professor Diego Aranha, dentro do TSE, mostrou ser possível pegar esse cartão, inserir nele um código espúrio, que não foi feito pelo TSE, e colocar na urna eletrônica”, pontuou o especialista, ao mencionar que os brasileiros acabam tendo de confiar na pessoa que vai pôr o dispositivo na máquina. “Muitas vezes é um profissional terceirizado. Realmente, o processo eleitoral brasileiro depende da confiança de todos os funcionários envolvidos. Isso é um equívoco”, lamentou Brunazo.




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