PF pede a superintendentes apuração de denúncias de fraudes em urnas eletrônicas desde 1996
A direção da Polícia Federal enviou, na quinta-feira (17), às 27 superintendências regionais da PF no Brasil, uma ordem para que forneçam à Diretoria de Combate ao Crime Organizado (Dicor) todas denúncias de fraudes recebidas pela corporação desde a implantação da urna eletrônica, em 1996. A motivação da ordem veio logo após o presidente do TSE, Luiz Roberto Barroso, desafiar publicamente o presidente da república, Jair Bolsonaro, a apresentar provas de alguma fraude nas eleições de 2018.
“Nunca houve fraude documentada, jamais. Se o presidente da República ou qualquer pessoa tiver alguma prova de fraude ou de impropriedade tem o dever cívico de entregá-la ao Tribunal Superior Eleitoral. Tô esperando de portas abertas e de bom grado”, declarou Barroso durante entrevista à CNN Brasil.
A justificativa do pedido se dá pela “recente criação da Comissão Especial destinada a proferir parecer à Proposta de Emenda à Constituição 135-A, de 2019, da deputada Bia Kicis (PSL-DF), a chamada “PEC do Voto Impresso”, além da “necessidade recorrente de consolidar, no âmbito deste Serviço de Repressão a Crimes Eleitorais, todos os dados referentes à denúncias de fraudes eleitorais desde a implantação da urna eletrônica em 1996”, segundo publicação do jornal O Globo.
A primeira vez que Bolsonaro sugeriu ter provas de fraude foi em março de 2019, durante uma viagem aos Estados Unidos. “Eu acredito que, pelas provas que tenho em minhas mãos, que vou mostrar brevemente, eu fui eleito no primeiro turno, mas no meu entender teve fraude. E nós temos não apenas palavra, nós temos comprovado, brevemente eu quero mostrar”, afirmou o presidente à época.
Em sua live semanal, Bolsonaro voltou ao assunto e afirmou ter convicção de que “que realmente houve fraude, e que o Aécio ganhou em 2014 e eu ganhei no primeiro turno em 2018”. O presidente ainda pediu uma contagem pública dos votos por seção eleitoral, “especialmente em cidade pequena onde todo mundo se conhece”.