Bolsonaro cobra AGU sobre relatório do TCU de mortes por COVID-19
Em conversa com apoiadores na entrada do Palácio do Planalto na manhã desta terça-feira (8), o presidente Jair Bolsonaro anunciou que pediu ao Advogado-Geral da União, André Mendonça, que inicie uma investigação sobre os indícios de supernotificação das mortes causadas pela Covid-19 no país.
Bolsonaro afirmou também que o governo deve “ir para cima” e apurar os registros de estados que inflaram os números de infectados e mortos para receber mais recursos federais. A intenção de investigar as mortes foi abordada durante um café da manhã entre Bolsonaro e Mendonça na manhã de hoje. Segundo o presidente, a investigação poderá ser conduzida pela CGU (Controladoria Geral da União).
“Estava conversando agora com o advogado geral da União [ministro André Mendonça], veio tomar café comigo aqui. O que o governo pode fazer via Advocacia Geral da União [é] fazer uma investigação em cima disso. Desculpa aqui, a Controladoria Geral da União fazer, então, um trabalho em cima disso aí”, afirmou o presidente na saída da residência oficial.
Bolsonaro também admitiu ter errado ao atribuir ao TCU (Tribunal de Contas da União) o questionamento de 50% das mortes atribuídas à covid-19 em 2020. O tribunal publicou uma nota e um relatório explicando a informação.
“Há um indício fortíssimo [de supernotificação]. Vocês devem ter visto muitos vídeos no WhatsApp de pessoas falando ‘meu pai, meu avô, meu tio, meu irmão não morreram de covid’ E botaram covid por quê? Havia, poderia estar havendo, como o próprio TCU previu – não em tabela, previu em acórdão – que isso ia acontecer. Agora, nós vamos para cima para exatamente apurar quais estados fizeram supernotificação em busca de mais dinheiro“, declarou Bolsonaro.
O superdimensionamento do número de mortes é uma maneira de objter mais recursos federais para Estados e Municípios para o combate da pandemia.
“Quem pagou a conta alta com isso, com essas políticas de supernotificação, que tinham que ser justificadas com lockdown e toque de recolher? O mais pobre que perdeu sua renda“, afirmou o presidente que, desde o início da pandemia, questiona o número de mortes causadas pelo novo coronavírus.