O relator da CPI da COVID, Renan Calheiros, questionou a Dra Nise Yamaguchi sobre a existência de um gabinete paralelo e sobre um suposto pedido de alteração na bula da Cloroquina para que fosse colocada a indicação no tratamento precoce da COVID.
A médica negou a existência do gabinete paralelo e negou qualquer possibilidade de alteração na bula de qualquer medicamento, não somente da Hidroxicloroquina.
Após a negativa da médica, foi exibido um vídeo do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no qual ele afirma que existiu um decreto presidencial para a alteração da bula do medicamento. Em seguida o relator repete a pergunta e também questiona se foi a médica quem minutou o decreto para a mudança da bula da cloroquina.
Com mais uma negativa da Dra Yamaguchi, Calheiros afirmou grosseiramente que ela mentiu para a comissão e insistiu que a afirmação da médica é uma mentira. O relator alterou o tom de voz, muitas vezes com tom de ironia e com notório machismo, além de reclamar das orientações do advogado da médica, chegando a insinuar que ele estaria ditando as respostas para a médica. Renan Calheiros continuou seus ataques não deixando a médica responder, cortando todas as suas falas e afirmando, com tom de voz alterado, que a médica não estava respondendo suas perguntas e sim divagando.
Calheiros repetidas vezes insistiu na pergunta “a senhora minutou o decreto?” e ouviu a mesma resposta da Dra Nise: “não houve minuta de decreto nenhum, não participei de nenhuma minuta.”
O senador Marcos Rogério interrompeu afirmando “Ela está tentando falar sobre isso há meia-hora e vocês não estão entendendo? Ela está oferecendo os documentos. Outro veio, falou sobre a minuta e foi aceito como uma verdade absoluta. O depoimento de uma médica com 40 anos de experiência aí é mentira?”
