PIB cresce 1,2% e economia retoma ao patamar pré-pandemia
O Produto Interno Bruto (PIB), que é soma dos bens e serviços produzidos no Brasil, teve um crescimento de 1,2% no primeiro trimestre de 2021, comparado com o mesmo paríodo de 2020, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira, 1º, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse crescimento coloca a economia brasileira ao mesmo patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia, ainda está 3,1% abaixo do ápice da atividade econômica do país.
Esse resultado veio acima do esperado por analistas econômicos que começaram a revisar para cima a perspectiva para a recuperação da economia brasileira após o tombo de 4,1% registrado em 2020. O agravamento da pandemia a partir de fevereiro foi menor do que o esperado na atividade econômica, segundo dados divulgados nos últimos meses.
Ao contrário da primeira onda de Covid-19, que forçou o fechamento total de comércios e indústrias e restringiu a circulação de pessoas, a piora da crise sanitária ao fim do terceiro trimestre deste ano, mesmo com o crescimento do número de mortos e infectados, não interferiu diretamente na recuperação econômica que vem sendo observada desde o segundo semestre de 2020.
“A queda dos indicadores veio com uma intensidade menor do que o esperado, ao mesmo tempo que tivemos o fortalecimento da indústria com a reposição de estoques e a com a produção voltada para as exportações”, afirma Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimentos (Acrefi).
A balança comercial brasileira teve uma alta de 3,7% nas exportações de bens e serviços, enquanto as importações cresceram 11,6% em relação ao quarto trimestre de 2020. Os indicadores de abril e maio apontam para a continuidade do crescimento do PIB no segundo trimestre.
De acordo com Tingas, mesmo com a possível “terceira onda”, ou uma possível piora do atual cenário, o desempenho econômico não deve repetir o quadro de queda generalizada como o visto no início da pandemia no ano passado.
“O comportamento será parecido com agora, porque as pessoas aprenderam, ou se adequaram, a conviver com o coronavírus”, afirma a economista.
A diminuição do isolamento social é apontada como o principal fator para as revisões mais otimistas. Segundo os dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que é considerado como uma prévia do PIB, mostraram alta de 2,3% da economia no primeiro trimestre, enquanto o Monitor do PIB, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), revelou avanço de 1,7%. Além das mudanças domésticas, a recuperação das principais economias do mundo, especialmente os Estados Unidos e a China, além do novo ciclo de alta das commodities trarão influência positiva ao desempenho da economia brasileira.